PL Antifacção não é ruim, mas copia projetos do Congresso, diz líder da bancada da bala
Deputado Alberto Fraga critica tentativa do governo Lula de se apresentar como autor de medidas já votadas pelo Legislativo

Murilo Fagundes
O deputado Alberto Fraga (PL-DF), líder da bancada da Segurança Pública, conhecida como bancada da bala, disse que o projeto de lei Antifacção, enviado pelo Ministério da Justiça para análise do Palácio do Planalto, “não tem nada de ruim”, mas repete medidas já discutidas e aprovadas no Congresso Nacional.
Segundo ele, o Planalto tenta se apropriar de pautas legislativas para transformar o tema da segurança pública em vitrine política às vésperas de 2026.
“O governo está querendo achar que está descobrindo o ovo, quando, na verdade, a galinha já chocou há muito tempo”, declarou Fraga em entrevista ao SBT News ao lembrar que a Câmara já aprovou outros textos que aumentam penas e classificam facções como grupos terroristas.
+ Projeto Antifacção prevê até 30 anos de prisão, infiltração policial e bloqueio de bens de facções
Fraga disse que não há problema no conteúdo da proposta, mas criticou a tentativa do Executivo de apresentar o texto como se fosse uma criação inédita.
“É lamentável que o governo queira aparecer como autor dessas propostas. Nós votamos seis ou sete projetos com esse conteúdo, mas o Executivo agora tenta vender como se fosse inédito”, afirmou.
Para o deputado, a única inovação real seria a criação de uma Agência Nacional de Combate ao Crime Organizado, que acabou sendo retirada da proposta após resistência da Polícia Federal (PF).
“Curioso é que o mesmo governo que recusou essa agência quis criar uma para controlar redes sociais”, afirmou.
O parlamentar também associou o movimento do Planalto a uma estratégia eleitoral.
“O governo está preocupado com 2026 e quer assumir a bandeira da segurança pública. Só que isso não se faz copiando projetos do Congresso, e sim com diálogo e conhecimento de causa”, declarou.
Apesar das críticas à postura política do Executivo, Fraga elogiou o conteúdo do texto.
“O projeto não tem nada de ruim. O que me estranha é o governo do PT, que sempre foi contra aumentar penas, agora querer fazer isso por conveniência”, concluiu.








