Oração, bandeiras do Brasil e presentes para Michelle: o clima no hospital onde está Bolsonaro
Unidade de saúde teve a rotina alterada desde a chegada do ex-presidente, no sábado (12); Bolsonaro não deve receber visitas por orientação médica

Hariane Bittencourt
A movimentação no entorno do hospital DF Star, em Brasília, se intensificou desde o último fim de semana, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deu entrada na unidade de saúde. Ele passou por uma cirurgia no intestino e segue internado na UTI, sem previsão de alta.
Além da presença de jornalistas, chama a atenção a permanência discreta de apoiadores do ex-presidente. Cerca de 10 pessoas se reúnem no gramado em frente ao hospital, onde duas bandeiras do Brasil foram hasteadas.
Sentados no gramado com mochilas, garrafas de água e café, os integrantes do grupo se revezam em uma espécie de vigília. Alguns deles passaram a frequentar a unidade de saúde todos os dias, desde domingo (13), data da cirurgia de Jair Bolsonaro.
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Os apoiadores passam a maior parte do dia conversando entre si, mas há pausas para momentos de oração e até mesmo para a gravação de vídeos para as redes sociais.
Se soma a isso a movimentação de curiosos que passam pelo hospital sem entender o que está acontecendo. "O Bolsonaro está aqui?", perguntou a acompanhante de um paciente. E acrescentou: "Meu marido está internado neste hospital, estranhei a movimentação".
Apesar da proibição das visitas, por recomendação médica, alguns parlamentares e aliados também estiveram no DF Star na tentativa de encontrar o ex-presidente. No início da noite desta terça-feira (15), o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), chegou ao hospital. Ele chegou sem falar com a imprensa, conversou com um médico, mas não conseguiu ver Bolsonaro.
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À tarde, o deputado federal Eros Biondini (PL-MG) também esteve no local, mas foi impedido de entrar. "Não me deixaram ver o presidente, mas trouxe biscoitos de doce de leite para a Michelle [Bolsonaro]", disse. O parlamentar aproveitou a visita, frustrada, para produzir conteúdos para a internet.
Mais cedo, o líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS) também foi à unidade de saúde. Assim como Biondini, ele não conseguiu ver Jair Bolsonaro, mas aproveitou para falar aos jornalistas sobre o projeto da anistia, afirmando que a internação do ex-presidente não deve prejudicar a tramitação do texto.
Autoridades
Apesar da movimentação atípica dos últimos dias, outras autoridades já passaram por este mesmo hospital.
Em setembro do ano passado, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ficou internado no local por conta de uma broncopneumonia. Em novembro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também ficou hospitalizado no local para tratar uma infecção nas vias aéreas.