"Não vou voltar para o Brasil para cumprir pena", diz Zambelli em vídeo antes de ser presa
Em imagens divulgadas por advogado, deputada federal afirma que se entregaria às autoridades italianas; defesa tenta evitar extradição
Paulo Sabbadin
Em vídeo gravado antes de ser detida nesta terça-feira (29), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que se entregaria às autoridades da Itália.
Na gravação, divulgada pelo advogado Fabio Pagnozzi, Zambelli diz que deseja se defender no país europeu: "eu não vou voltar para o Brasil para cumprir pena. Se eu tiver que cumprir pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático".
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Em meio a ataques contra ao ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF), Zambelli afirmou: "estou tranquila, com o coração sereno de que aqui buscarei justiça para o meu caso".
A defesa alega que a deputada nunca esteve foragida no país e que vai lutar contra a extradição para o Brasil.
Em nota, o Ministério da Justiça afirma que Zambelli, procurada por crimes praticados no Brasil, estava foragida em território italiano e será submetido a um processo de extradição.
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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 14 de maio, por unanimidade, condenar Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos. Além da prisão, ela precisará pagar uma indenização de R$ 2 milhões.
O deputado Lindbergh Farias (RJ), líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados, afirmou após a notícia da prisão que protocolou requerimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) solicitando o encaminhamento imediato do processo à Mesa Diretora para a declaração da perda de mandato.
"A permanência de Zambelli no cargo representa um escárnio ao Estado de Direito e um atentado à moralidade pública", afirmou Lindbergh.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi às redes sociais para se manifestar sobre o caso Zambelli. O deputado afirmou que disse que "as providências que cabem à Câmara já estão sendo adotadas, por meio da Representação que tramita na CCJC, em obediência ao Regimento e à Constituição".
Motta destacou que "não cabe à Casa deliberar sobre a prisão - apenas sobre a perda de mandato".
