Motta escolhe deputado do PL, Coronel Chrisóstomo, para relatar projeto que derruba decreto do IOF
Líder do PT na Câmara diz que escolha representa falta de espaço para negociação; votação deve ocorrer nesta quarta

Jessica Cardoso
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), oficializou nesta quarta-feira (25) a escolha do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator do projeto de decreto legislativo (PDL) que visa suspender os efeitos do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O documento foi publicado pelo governo do presidente Lula em 11 de junho e amenizou as alíquotas do imposto, recuando parcialmente do aumento estabelecido em maio.
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Motta incluiu a análise do PDL na pauta da Casa desta quarta-feira de surpresa. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara em um post nas redes sociais.
A votação está prevista para ocorrer no final da tarde e será realizada em sessão híbrida, quando os deputados podem votar por meio eletrônico. Isso porque a maioria dos parlamentares não está em Brasília devido às festas juninas.
A movimentação surpreendeu o Palácio do Planalto, que esperava negociar o calendário da votação após a divulgação do próximo relatório bimestral das contas públicas, previsto para 22 de julho.
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Em declarações a jornalistas, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a matéria deveria ser tratada com “previsibilidade” por se tratar de um tema econômico.
“A gente sabe o que vai acontecer agora. A questão é muito concreta. A derrubada desse decreto do IOF significa um contingenciamento imediato de R$ 12 bilhões a mais. Novamente, estão querendo colocar a conta nos mais pobres. O que vamos cortar? Programa social, cortar da educação, da saúde, do Minha Casa, Minha Vida?”, afirmou.
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O deputado também criticou a escolha de Chrisóstomo para a relatoria e afirmou que a indicação evidencia a ausência de qualquer espaço para negociação.
“Colocar o coronel Chrisóstomo como relator, um bolsonarista histriônico, soa como uma provocação desnecessária. Temos que ter maturidade”, disse.