Ministros de Lula criticam atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA e tarifa de 50%: "Inacreditável"
Silvio Costa Filho diz que há movimento de bolsonaristas prejudicando economia; titular da Casa Civil, Rui Costa defende resposta firme a taxas
Gabriela Tunes
Dois ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Rui Costa (Casa Civil), fizeram críticas à atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos e à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a produtos brasileiros. Falas ocorreram nesta quarta-feira (16), durante evento no Palácio do Planalto.
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O titular da pasta de Portos e Aeroportos, Costa Filho, disse que há um movimento de bolsonaristas prejudicando a economia do Brasil. E criticou o deputado Eduardo Bolsonaro.
"A fala de Eduardo Bolsonaro me deu vergonha de ser deputado federal. Como pode um parlamentar com mais de 1 milhão de votos em SP pegar um celular e dizer 'ou o Brasil adota medidas como anistia ou a gente vai prejudicar o Brasil nesse tarifaço?' Lamento como cidadão brasileiro uma declaração tão infeliz", comentou.
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O ministro falou também sobre a tarifa de 50% imposta ao Brasil. Segundo ele, algumas propostas já foram sugeridas, como adiamento de 90 dias, mas tudo ainda está sendo avaliado. "Estamos estudando medidas e ações que possam preservar a relação e o setor produtivo brasileiro", afirmou.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, criticou a motivação do presidente Trump para impor taxa de 50% a exportações nacionais, prevista para começar a valer a partir de 1º de agosto.
"É inacreditável. A resposta que o Brasil tem que dar é com firmeza. O Brasil pertence aos brasileiros e vamos juntos, independente de partido. Nenhum líder mundial pode escolher o que seja de definição do Brasil", disse.
As falas dos ministros foram durante assinatura do decreto de regulamentação do BR do Mar, em Brasília. O projeto prevê incentivos para contratação de embarcações verdes.
O programa ainda visa estimular o crescimento da cabotagem entre os portos brasileiros, ampliar a oferta de embarcações, criar novas rotas, reduzir custos logísticos e aumentar os empregos no setor. O presidente Lula não esteve presente na cerimônia.
