Lula vai barrar uso do cartão Bolsa Família para gastos em bets
Levantamento do Banco Central mostrou que, apenas em agosto, beneficiários do programa gastaram R$ 3 bilhões com bets
O governo Lula (PT) vai bloquear o uso do cartão do Bolsa Família para pagamentos em plataformas de apostas, as chamadas “bets”. A estratégia será implementada em conjunto com as empresas responsáveis pelos jogos, de forma que o cartão não seja aceito na hora de fazer uma aposta on-line.
A ação foi confirmada nesta quinta-feira (17) pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, e faz parte das respostas para o uso do benefício social para apostas.
+Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com bets em um mês
Um levantamento do Banco Central mostra que, apenas em agosto, beneficiários do programa gastaram R$ 3 bilhões com bets. As apostas foram principalmente pagas com o uso de transferências do tipo pix.
Pela análise do BC, cada pessoa gastou em média R$ 100 nas transferências. O levantamento ainda mostra que a grande maioria dos apostadores (70%) foram os próprios beneficiários do programa.
Segundo o ministro, a média de gastos diretos do cartao é de 1,4% entre todos os pagamentos com o próprio uso do cartão.
“É um número muito mais baixo do que com os outros cartões, de qualquer maneira, é um problema. O cartão do Bolsa Família tem liberdade de uso para poder acessar necessidades da família, alimentação e outras, certamente jogos não são prioridade", defendeu o ministro.
Welligton Dias ainda disse que o bloqueio contou com apoio das empresas de apostas e explicou como funcionará a estratégia: "É um procedimento técnico em que dentro do cartão assim como hoje a gente já acompanha o uso, ele tem um limite zero para pagamento de apostas. E é como feito em integração com as empresas, é de fácil fiscalização".
Outras formas de restrição para o uso do benefício em apostas são avaliadas pelo governo. A depender do que for apresentado, no entanto, as mudanças podem enfrentar resistência no Congresso Nacional.
Interlocutores próximos ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), relataram ao SBT News que há um receio em restrição na autonomia do uso. Além de apontarem que transferências em outras contas podem driblar eventuais interferências.
