Lula fala sobre tentativa de golpe e envenenamento em jantar com Xi Jinping no Itamaraty
Em vídeo durante discurso de abertura de jantar oferecido ao presidente chinês, Lula cita que vice Geraldo Alckmin poderia ter sido envenenado
SBT News
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez sobre a suposta tentativa de golpe de Estado articulada por militares após eleições de 2022. Em jantar oferecido ao presidente da China, Xi Jinping, no Palácio do Itamaraty, o chefe do poder Executivo comentou operação da Polícia Federal (PF) que revelou planos para matar ele, vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) por tiro ou veneno.
+ Plano golpista tratou mortes de autoridades como "danos colaterais aceitáveis", destaca PF
O jantar dessa quarta-feira (20) foi fechado à imprensa, mas um vídeo publicado nesta quinta (21) pela coluna do jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, mostra momento em que Lula faz discurso de abertura e diz que Alckmin "escapou do envenenamento".
"Eu queria começar cumprimentando a minha querida companheira Janja, cumprimentar o companheiro Xi Jinping, presidente da República Popular da China, cumprimentar a nossa companheira Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento. E cumprimentar o companheiro Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, ministro do Desenvolvimento e Comércio, que escapou do envenenamento e está aqui com a gente", falou Lula.
Logo após a reunião de cúpula do G20, Lula recebeu Xi Jinping no Palácio do Alvorada em visita oficial do presidente chinês. Os chefes de Estado anunciaram a assinatura de 37 atos de cooperação, comercial e de investimentos entre os dois países. A China é a maior parceira comercial do Brasil.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã de terça (19), a operação Contragolpe, mirando militares e envolvidos em planejamento de golpe de Estado após eleições de 2022 e assassinato do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Moraes.
A PF identificou que investigados são, "em sua maioria", militares das Forças Especiais (FE), os chamados "kids pretos". Por isso, membros dessa organização criminosa golpista usaram "conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022". Quatro militares, entre eles o general da reserva Mario Fernandes, e um policial federal foram presos na força-tarefa.
Uma das reuniões para definir o plano de execução do golpe e de assassinato das autoridades foi realizada na casa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.