Salários de até R$ 33 mil: veja quem são os militares envolvidos em plano para executar autoridades
PF mirou suspeitos de planejar assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes; plano incluía arsenal com "alto poder bélico"
Quatro militares do alto escalação do Exército e um policial federal, presos nesta terça (19), foram os alvos da Operação Contragolpe. A ação mirou suspeitos de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022 e também assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Veja quem são os militares, a participação deles no plano e os super salários:
General Mario Fernandes
General de Brigada da reserva, desde 2020, Mario Fernandes atuou como chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência da República, durante o governo Bolsonaro, entre outubro de 2020 e janeiro de 2023.
Militar pelas Forças Especiais (FE), os chamados "kids pretos", Mauro é descrito como um dos militares mais radicais por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, na investigação da Polícia Federal.
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O general é apontado pela investigação por elaborar "um detalhado planejamento operacional que tinha como objetivo executar o ministro Alexandre de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin, ambos vencedores das eleições".
Em consulta ao Portal da Transparência, o SBT News confirmou que o general recebe mensalmente R$ 33.223.40.
Tenente-Coronel Rodrigo
Rodrigo Azevedo também é Tenente-Coronel do Exército e ingressou no serviço público em 1999. Em 2022, ele era Major da Infantaria que servia no Comando de Operações Especiais (OB), unidade de ações de alta complexidade.
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Segundo a investigação, Rodrigo era conhecido entre os envolvidos no planejamento do golpe como "Zeza", sendo considerado um militar de extrema confiança.
O trabalho da Polícia Federal apontou o militar como um homem que se associou de forma clandestina para prender e executar Alexandre de Moraes. Após o plano de golpe de Estado não ter sido efetuado, o militar deixou uma mensagem de despedida, se desvinculando do grupo de WhatsApp do Tenente-Coronel Mauro Cid.
“Rapaziada esse grupo aqui pra mim perdeu a finalidade... deixo aqui um abraço pra FE de verdade que fizeram o que podiam pra honrar o próprio nome e as Forças Especiais...qq coisa estou no privado!!Força!!”.
Em consulta do SBT News ao Portal da Transparência, assim como o Tenente-Coronel Hélio, Rodrigo Azevedo recebe mensalmente R$ 27.450.00.
Tenente-Coronel Rafael Martins
Militar da ativa, conhecido pelo apelido de Joe, Rafael Martins é o terceiro Tenente-Coronel do Exército preso na operação e também é "kids preto".
Ele é descrito pela autoridade policial como um militar de "alta capacidade técnica", com registro de participação no Batalhão de Ações e Comandos.
Segundo o documento da PF, Rafael ficou responsável por levantar os custos do golpe, encaminhando o orçamento do plano para Mauro Cid.
Em consulta do SBT News ao Portal da Transparência, Rafael Martins recebe mensalmente R$ 27.450.00.
Tenente-Coronel Hélio
Tenente-Coronel do Exército, Hélio Ferreira Lima foi Assistente do Comandante Militar do Sul, responsável pelo coordenação das atividades militares de toda a região Sul do Brasil.
Seno um dos "kids pretos", de acordo com a investigação, o Hélio participou da reunião na casa do general Braga Netto, em novembro de 2022, onde o planejamento operacional do golpe de Estado foi apresentada e aprovada.
Ele também teria participado do monitoramente de Alexandre de Moraes, além de manter um documento detalhado de fatores estratégicos "fisiográficos, psicossocial, político, militar, econômico e produção".
"O documento faz um detalhamento pormenorizado de plano de operação cuja missão seria 'reestabelecer a lei e a ordem por meio da retomada da legalidade e da segurança jurídica e da estabilidade institucional'”, aponta a PF.
Em consulta do SBT News ao Portal da Transparência, o Hélio Ferreira Lima recebe mensalmente R$ 27.450.00.
Alto poder bélico
Nas investigações da Polícia federal sobre os suspeitos presos nesta terça (19) aparece a intenção do uso de um "arsenal com alto poder bélico". Entre as conversas e mensagens trocadas entre os suspeitos estavam o uso de pistolas e os fuzis que costumam ser utilizados por policiais e militares, inclusive "pela grande eficácia dos calibres".
No documento enviado pela PF ao ministro Alexandre de Moraes (STF), a corporação chama atenção, sobretudo, o armamento coletivo que os suspeitos pretendiam usar: metralhadoras, lança Granada 40 mm e lança rojão AT4. "São armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate", aponta a PF.
O armamento AT4 é um lança-rojão utilizado para combate a veículos blindados e estruturas fortificadas. "É um lançador de foguetes
antitanque, cuja munição é um foguete guiado que possui uma ogiva explosiva".