Quem é o policial federal suspeito de planejar golpe e assassinato de Lula em 2022
Agente integrava equipe que protegia presidente entre a diplomação e a posse. Golpe planejava matá-lo com envenenamento ou uso de químicos
Derick Toda
A operação Contragolpe, realizada pela Polícia Federal (PF), na manhã desta terça-feira (19), prendeu quatro militares das Forças Especiais (FE), os chamados "kids pretos", e um policial federal.
A ação mirou suspeitos de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022, que previam assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Segundo o documento que autorizou a operação da Polícia Federal, assinado por Moraes, o agente da PF é Wladimir Matos Soares, que foi segurança de Lula entre a diplomação e a posse do então novo governo eleito.
De acordo com a investigação, Wladimir aproveitava do cargo para passar informações relacionadas à estrutura de segurança de Lula para pessoas próximas de Jair Bolsonaro, "aderindo de forma direta ao intento golpista".
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Nomeado de "Punhal verde amarelo", o plano golpistas contava com a possibilidade de assassinato de Lula por envenenamento ou uso de químicos, causando um colapso orgânico.
Homicídio
Além disso, o policial foi professor da academia da Polícia Federal e chegou a responder um processo de homicídio, acusado de executar um sargento da Polícia Militar com um disparo na cabeça, durante uma operação da PF. O PM morto seria o chefe de um grupo de extermínio que atuava no Rio de Janeiro.
Em 2014, o Tribunal Regional Federal considerou um laudo criminalístico que apontou que os disparos foram realizados a longa distância, durante uma troca de tiros. O juiz Walner de Almeida Pinto absolveu Wladimir e os envolvidos no caso, apontando legítima defesa.
Operação Contragolpe
Durante a operação, os policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas de prisão, como proibição de manter contato com demais investigados, de se ausentar do país, com entrega de passaporte no prazo de 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas. Os militares presos são:
- General da brigada Mario Fernandes, que está na reserva. Foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegou a ser ministro de forma interina. Também é ex-assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde;
- Tenente-coronel Helio Ferreira Lima;
- Major Rodrigo Bezerra Azevedo;
- Major Rafael Martins de Oliveira;