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Política

Lula deve decidir por demissão de Silvio Almeida após reuniões no Planalto

Ministro nega assédio sexual; presidente quer ouvir Anielle Franco e representantes da área jurídica do governo

Imagem da noticia Lula deve decidir por demissão de Silvio Almeida após reuniões no Planalto
Silvio Almeida em conferência em Salvado, em 31 de agosto (Filipe Araújo/MINC)
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Uma série de reuniões no Palácio do Planalto na tarde desta sexta-feira (6) deve selar o destino de Silvio Almeida, o ministro de Direitos Humanos que está sendo acusado por um grupo de mulheres de assediá-las sexualmente. Entre as supostas vítimas, está a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial).

+Comissão de Ética abre processo contra Silvio Almeida; frase de Lula é senha para demissão do ministro

Conforme a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, participarão do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Vinicius Carvalho (Controladoria Geral da União).

O presidente também quer ouvir as versões de Almeida e de Anielle Franco antes de qualquer definição. Essas reuniões, contudo, não constam da agenda oficial do presidente.

Entre os corredores do Planalto, a informação é de que se houver uma decisão pela demissão de Almeida, ela ocorrerá ainda nesta sexta-feira, sendo oficializada em uma edição extra do Diário Oficial da União.

A balança em Brasília, no momento, pende mais para uma demissão do que para qualquer outra punição contra o ministro ou a permanência dele no cargo.

Conforme relatos de fontes do governo ao SBT News, a principal razão para uma provável queda é a de que uma das supostas vítimas de Almeida seja outra representante do primeiro escalão do governo, a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial).

Ao menos três indícios da queda já foram dados:

1) A fala do presidente Lula em uma entrevista a uma rádio de Goiânia em que ele afirmou que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”;

2) A postagem de uma foto da primeira-dama, Janja da Silva, dando um beijo na cabeça de Anielle;

3) A nota emitida pelo Ministério das Mulheres citando nominalmente Almeida, e uma foto publicada pela ministra Cida Gonçalves em apoio a Anielle.

Desde quinta-feira, quando as denúncias vieram à tona após publicação do Portal Metrópoles, Almeida tem negado veementemente qualquer acusação.

+Me Too: saiba o que é a organização que recebeu denúncias de assédio contra o ministro Silvio de Almeida

Em nota oficial e vídeo publicados em suas redes, o ministro tem dito que as denúncias são falsas e que se não forem comprovadas, as acusadoras deverão responder pelo crime de “denunciação caluniosa”.

O ministro dos Direitos Humanos também acionou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios para solicitar explicações da organização Me Too Brasil sobre denúncias de assédio sexual.

Trata-se de uma interpelação judicial, um instrumento jurídico que permite o pedido de explicações em juízo sobre um determinado assunto antes da abertura de um processo sobre “possível crime contra a honra”, como explicado na minuta da defesa de Almeida.

Nesta sexta-feira, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a conduta do ministro.

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