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Política

Lula critica ONU por falta de ação diante de conflitos: “Tão insignificante como se apresenta hoje”

Em evento dos Brics, presidente também criticou austeridade econômica que faz "pobre ficar mais pobre"

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de abertura da 10ª reunião anual do NDB | Distribuição/Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (4), durante a cerimônia de abertura da 10ª reunião anual do conselho do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics. Para Lula, a ONU tem se mostrado enfraquecida e ineficaz diante dos principais conflitos globais.

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"Há muito tempo eu não via a nossa ONU tão insignificante como ela se apresenta hoje. Uma ONU que foi capaz de criar o Estado de Israel não é capaz de criar o Estado Palestino. Não é capaz de fazer um acordo de paz para [evitar] que o genocídio do exército israelense continue matando mulheres e crianças inocentes em Gaza", afirmou o presidente.

Lula também declarou que o principal desafio atual não é econômico, mas político, e que falta liderança no cenário internacional. "Essas lideranças políticas é que têm que tomar as decisões sobre as questões econômicas", disse.

Críticas à austeridade econômica

No mesmo discurso, Lula também criticou as políticas de austeridade econômica adotadas por instituições financeiras tradicionais e defendeu a criação de um novo modelo de financiamento internacional, especialmente para países em desenvolvimento.

"Vocês podem e devem mostrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento sem condicionalidades. O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo", disse.

Ele afirmou que a austeridade aumenta desigualdades sociais.

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"A chamada austeridade exigida pelas instituições financeiras levou os países a ficarem mais pobres, porque toda vez que se faz austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico. É isso que acontece no mundo de hoje e é isso que nós temos que mudar", completou.

Sem entrar em detalhes sobre como funcionaria esse novo mecanismo, Lula citou a situação de endividamento dos países africanos. "Não é possível que o continente africano deva US$ 900 bilhões e o pagamento de juros seja muito maior do que qualquer forma de novos investimentos", afirmou.

As falas de Lula acontecem num contexto de disputa política no cenário nacional. A decisão do Congresso de derrubar o decreto do governo que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) levou a questão ao Supremo Tribunal Federal. Enquanto parlamentares criticam a falta de austeridade fiscal do governo e a intenção de aumentar arrecadação por meio de uma alta da carga tributária, o governo argumenta que propõe medidas para equilibrar as contas públicas e reduzir a desigualdade tributária no Brasil, taxando mais os ricos do que os pobres.

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