Lula busca ministros para definir cortes no Orçamento de 2025
Saúde e Educação participaram de encontro que terminou sem anúncios. Haddad cancelou viagem para resolver impasse
O governo Lula (PT) busca acomodar entre os ministérios cortes no Orçamento do ano que vem. Parte da Esplanada que aloca os maiores montantes de recursos, como Saúde e Educação, participaram de uma reunião para discutir a situação fiscal do país nesta segunda-feira (4), mas o encontro terminou sem anúncios. Uma nova rodada de discussões, com outros ministros, está prevista para esta terça-feira (5).
+A pedido de Lula, Haddad cancela viagem para Europa
A equipe econômica, encabeçada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levou propostas de cortes e limitações de gastos orçamentários ao encontro. Um desfecho poderá ser anunciado ainda nesta semana, conforme indicou o ministro: “Eu penso que estamos na reta final”.
Ao todo, sete titulares da Esplanada participaram do encontro. Além de Haddad estavam outros nomes que também articulam os cortes, como os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Simone Tebet, do Planejamento. Outros nomes foram: Esther Dweck (Gestão e Inovação), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Camilo Santana (Educação).
A reunião, que levou mais de três horas, foi convocada após Haddad cancelar viagem à Europa. A mudança de planos foi definida pelo próprio presidente Lula e tenta contornar a alta do dólar. A estratégia é mostrar ao mercado e investidores que o governo tem compromisso para construir um equilíbrio das contas públicas.
“O presidente pediu para ficar e, como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, eu acredito que nós estejamos prontos essa semana para anunciar [as adequações do Orçamento]”, diz.
O pacote fiscal é voltado para garantir o déficit zero das contas públicas no ano que vem. As adequações são voltadas para que os gastos não sejam maiores do que o arrecadado. Mudanças são necessárias pelo crescimento das despesas.
Alta do dólar
A falta de previsões contribuiu para um aumento do dólar frente ao real na semana passada. Na sexta-feira, a moeda estrangeira fechou o dia cotada a R$ 5,87 - o maior valor desde maio de 2020. Nesta segunda-feira, o dólar recuou, com fechamento a R$ 5,77.
Os efeitos do mercado podem levar a uma alta na taxa básica de juros, a Selic, em decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). O Banco Central deve elevar a taxa em meio percentual na próxima quarta-feira (6), como tentativa em conter a inflação.