Jornalista do Twitter Files acusa governo de querer censura e diz que Moraes parece "legislador"

Participando de audiência pública na Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD), do Senado, nesta quinta-feira (11), o jornalista americano Michael Shellenberger, que divulgou o conteúdo chamado de Twitter Files Brazil, acusou o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de propor ações para censurar as pessoas e disse que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), parece um legislador.

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"Hoje o governo Lula está propondo muitas medidas, muitas leis, ações, para censurar as pessoas, que realmente me faz triste, me dá medo e muitas partes disso, do complexo industrial da censura, é semelhante com o que a gente tem nos Estados Unidos e que eles estão fazendo na Europa", afirmou Shellenberger.

"Mas como é com muitas coisas brasileiras, aqui é mais agressivo. As demandas do Alexandre de Moraes, muito fortes, muito sérias, ele parece a nós como um legislador, não como somente um juiz".

A audiência foi realizada a partir de um requerimento do senador Magno Malta (PL-ES). Ele a pediu para que fosse debatido o Twitter Files Brazil — uma suposta troca de e-mails entre funcionários da antiga equipe de consultoria jurídica do Twitter no Brasil entre 2020 e 2022, com base na qual Shellenberger acusa Moraes e o TSE de cometerem ilegalidades.

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O Twitter Files Brazil serviu de base para ataques contra Moraes, o TSE e o STF nos últimos dias nas redes sociais. Foi após a divulgação do conteúdo que o empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), questionou Moraes sobre por que ele "exige tanta censura no Brasil" e ameaçou descumprir decisões do STF.

Vários parlamentares da oposição, entre senadores e deputados federais, estiveram na audiência pública hoje.

No início, Magno Malta disse que o evento era histórico: "11 de abril. Uma data histórica. Uma audiência pública histórica, que certamente os anais da história registrarão este momento".

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Ainda na audiência, Michael Shellenberger afirmou que o STF e o TSE se comportam de maneira "muito agressiva" e se disse dedicado "a revelar as verdades e lutar contra a desinformação". Além disso, pontuou que "a liberdade de expressão é fundamental". "Se você perde ela, perde tudo na democracia. Então uma coisa que me dá mais raiva que nada é a ideia de que precisa censurar para proteger a democracia".

Entre os parlamentares que participaram, estiveram também a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Flávio disse que "ninguém é mais vítima de fake news no Brasil" do que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O senador ainda afirmou ter convicção "de que os 81 senadores concordam que há motivos para se fazer impeachment de ministro do Supremo".