Indígenas protestam contra Lula, exigem demarcação e solução para violência em territórios na Bahia
Manifestação ocorre em frente ao Palácio do Planalto; indígenas sobem o tom após tentativas frustradas de reuniões e acordos
Um grupo de indígenas das etnias Pataxó e Tupinambá realizou um protesto em frente ao Palácio do Planalto, nesta terça-feira (14), para pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a demarcação de terras indígenas no sul da Bahia.
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Além da demarcação, eles cobram do governo soluções para a questão da segurança na região.
Nos últimos anos, somente no extremo sul da Bahia, foram assassinadas quatro pessoas no território indígena: Gustavo Pataxó, 14 anos, morto em setembro de 2022; Nawir Brito de Jesus, 17, e Samuel do Amor Divino, 25, mortos em janeiro de 2023. O caso mais recente foi o de Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, morta em janeiro de 2024.
Segundo Kânhu Pataxó, presidente da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (Finpat), os povos que vivem na região são constantemente ameaçados.
"O que a gente tem tido lá (nas terras indígenas) é cacique constantemente ameaçado. Ele já sofreu ataques, a gente mesmo com o nosso presidente do Conselho de Caciques lá do território, recentemente, também foi ameaçado de morte lá dentro do território. Ele inclusive não pôde vir pra cá, porque ele está basicamente em cárcere privado. Ele tem que ficar fora da área principal da aldeia, do centro da aldeia, para poder garantir a segurança dele, para ter uma ideia da situação que a gente tem vivenciado lá", disse Kânhu.
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"O policiamento lá que ocorre é um policiamento que só atende quando a gente pede, e as aldeias ficam a 200 km da sede onde a polícia fica", concluiu.
Em conversa com um assessor do governo federal ligado à Secretaria de Governo da Presidência da República, outros líderes do movimento presentes em frente ao Planalto cobraram uma reunião com o ministro Márcio Macêdo para tentar resolver a solução da demarcação e da segurança na região. Eles afirmaram que não vão aceitar conversar com assessores e secretários, que, segundo eles, "não resolvem o problema" na região.
Devido à presença dos indígenas, há uma forte presença de policiais militares no local, além de agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. Parte da N1, perto da Praça dos Três Poderes, foi fechada por volta das 10h.