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Política

Haddad prevê sanção da reforma do IR em outubro e elogia manifestações contra "PEC da Blindagem"

Ministro da Fazenda afirma que 20 milhões de brasileiros serão isentos do IR e diz que pressão popular pode levar Congresso a rever propostas

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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista | Reprodução/ICL Notícias
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (23) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve sancionar em outubro o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR). Em entrevista ao canal ICL, ele também comentou sobre a redução das desigualdades sociais, avaliou as manifestações realizadas no último domingo (21) contra a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e a anistia aos acusados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023.

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Reforma do Imposto de Renda

Segundo Haddad, a atualização da tabela do Imposto de Renda faz parte do compromisso do governo em reduzir desigualdades e aliviar o peso da carga tributária sobre trabalhadores e a classe média.

“Nós reajustamos a tabela três vezes já nesse governo e fomos de R$ 1.900 para R$ 3.000 hoje. Vamos chegar a R$ 5.000, se Deus quiser, em outubro deste ano, com o Congresso aprovando a reforma da renda. São 20 milhões de brasileiros que vão deixar de pagar imposto de renda num mandato. Nunca houve isso no Ministério da Fazenda”, afirmou.

O ministro disse que a medida é histórica e representa uma das maiores mudanças já feitas na estrutura do imposto.

Haddad defendeu que a atualização do IR se soma a outras políticas voltadas à redução das desigualdades no Brasil, que ele considera essenciais para o desenvolvimento.

“É muito difícil pensar em desenvolvimento com esse nível de desigualdade. Crescimento você até pode ter, mas ele pode ser episódico. Agora, desenvolvimento com esse nível de desigualdade, eu realmente não consigo, primeiro eticamente, mas nem economicamente, ver futuro para um país tão desigual”, avaliou.

O ministro citou indicadores como a redução do desemprego, a queda da inflação e o aumento da renda média dos trabalhadores como sinais de recuperação econômica. Para ele, o desafio agora é transformar esses avanços em uma agenda estrutural de combate à desigualdade.

PEC da Blindagem

Outro tema comentado por Haddad foi a onda de protestos que tomou as ruas de todas as capitais no último domingo (21). Os manifestantes criticaram a PEC da Blindagem, que limita punições a parlamentares e estabelece que processos judiciais contra deputados e senadores precisem ser autorizados pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado. As manifestações também criticaram o projeto de anistia aos condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidos.

“É bonito ver o cidadão se manifestando. Eu fiquei muito feliz de ver as pessoas nas ruas de novo, de ver a rua colorida, com sorriso no rosto e esperança nos olhos”, disse.

O ministro acredita que a pressão popular pode influenciar o Congresso a rever as propostas:

“Não faz sentido isso. Eu penso que até está havendo uma reavaliação do próprio Congresso da medida que tomou. Não acredito que vá prosperar. Ficou patente que não dá para ser assim. Não tem cidadão de primeira e de segunda classe, todos precisam ter igualdade no tratamento das questões”, completou.

Relação com o Congresso

Apesar das críticas às propostas de anistia, Haddad reconheceu que parte significativa das medidas econômicas do governo foi aprovada com apoio parlamentar. Ele citou a taxação de offshores e fundos exclusivos, mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e a reversão de isenções como exemplos de avanços.

“A Receita Federal estava tomada pelo bolsonarismo. Hoje temos uma Receita republicana que está ajudando até na segurança pública. Não é que ficamos só no Executivo lutando sozinho. O Congresso, mesmo muito criticado, apoiou 70% a 80% das medidas da Fazenda depois de explicar. Agora precisamos do voto dos parlamentares para concluir a reforma do Imposto de Renda e fechar o orçamento do próximo ano”, declarou.

O ministro também destacou programas sociais e investimentos em infraestrutura como parte da agenda de reconstrução do governo. Segundo ele, a retomada do Minha Casa, Minha Vida, da Farmácia Popular e o aumento nos recursos para saúde e educação são exemplos de como o Estado está se reorganizando após cortes em gestões anteriores.

“Esperança voltando às ruas”

Haddad encerrou destacando que vê nas manifestações recentes um sinal de engajamento cívico e de confiança na política.

“A volta às ruas de forma propositiva pode fazer muito bem para nós no curto prazo. Acho que tem hoje uma massa crítica que foi cultivada e que está ganhando volume. Isso mostra que faz diferença eleger um presidente, ter um programa, sonhar com um país melhor”, disse.

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