Publicidade

Governo Lula libera recorde de emendas parlamentares antes das eleições municipais; entenda

Repasse de recursos só pode ocorrer até 6 de julho, a três meses do primeiro turno; especialista em direito eleitoral explica assunto no programa Brasil Agora

Governo Lula libera recorde de emendas parlamentares antes das eleições municipais; entenda
Lula discursa em evento do governo | Ricardo Stuckert/PR
Publicidade

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem liberado recorde de emendas parlamentares a tempo das eleições municipais de 2024. Pela legislação eleitoral, o repasse de recursos a estados e municípios pode ocorrer até 6 de julho, a três meses do primeiro turno. O especialista em direito eleitoral Renato Ribeiro explicou o assunto no programa Brasil Agora desta terça-feira (2), com apresentação de Murilo Fagundes. Assista no canal do SBT News no YouTube.

+ Orçamento secreto: "Práticas continuam, mas agora com outro nome", diz Transparência Brasil

Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o valor das emendas liberadas até 6/7 ao Congresso Nacional chega a R$ 30 bilhões, 60% do total de 2024.

Emendas são usadas por deputados e senadores para enviar recursos a bases eleitorais, financiando principalmente obras e fortalecendo orçamento de municípios. Ribeiro argumentou que a medida "é legal do ponto de vista normativo, embora questionável do ponto de vista político".

+ Menos de 1% dos recursos das "emendas Pix" têm identificação do beneficiário e da ação pretendida

"Até Lula tem percebido que o Brasil é diferente do país que ele governou lá atrás. Hoje, parlamento brasileiro dispõe dessas emendas. O poder Executivo, que deveria fazer promoção de políticas públicas, fica, muita vezes, refém dessas emendas", apontou.

"O governo liberou dinheiro para que parlamentares utilizem. Evidentemente, vão utilizar recurso nas suas bases. Não é o governo federal que vai dizer onde construir uma escola, por exemplo. Mas, sim, o deputado [ou senador] que vai dizer, na escola da cidade tal porque lá tem base eleitoral", explicou.

Emendas parlamentares geram controvérsia sobretudo por causa do orçamento secreto, usado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de 2022. Mas esse tipo de repasse continua em vigor com as emendas Pix, por exemplo, que limitam transparência de pagamentos.

+ Deputados federais perdem interesse pela disputa às prefeituras

"Prefeitos que usarem e abusarem desses recursos, fazendo disso palanque ou plataforma para reeleição ou sucessão de partidário, estarão violando legislação eleitoral. Podem correr risco de perder mandato e se tornarem inelegíveis", completou Ribeiro, lembrando que a Justiça Eleitoral é "atuante". "Tanto que o ex-presidente [Bolsonaro] foi condenado por abuso da máquina e está inelegível", reforçou.

"A questão não é a execução da política pública. Acontece que muitos gestores usam essa utilização da prefeitura e dos recursos como plataforma política pessoal", completou.

Assista ao Brasil Agora desta terça (2)

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Brasil Agora
Governo Lula
Política
Congresso Nacional
Emendas parlamentares
Eleições municipais
Eleições

Últimas notícias

RJ: profissionais da Secretária da Mulher recebem ameaças pelas redes socais e denunciam ataques

RJ: profissionais da Secretária da Mulher recebem ameaças pelas redes socais e denunciam ataques

Mais de 10 mulheres foram até a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI)
Grande produtor de tecnologia, por que o Japão é resistente à modernização?

Grande produtor de tecnologia, por que o Japão é resistente à modernização?

País produz muita tecnologia exportada mundo afora e internamente se prende às tradições e aos equipamentos considerados obsoletos no Ocidente
Após dois anos, Japão "vence a guerra contra os disquetes"

Após dois anos, Japão "vence a guerra contra os disquetes"

Burocracia do governo tinha muitas repartições públicas que ainda usavam o arcaico dispositivo de gravação
The Economist estampa capa com andador e defende que Biden desista da eleição

The Economist estampa capa com andador e defende que Biden desista da eleição

Revista norte-americana e outras grandes publicações do país pedem a desistência do democrata de 81 anos
Casos de "pneumonia silenciosa" aumentam em São Paulo: como identificar a doença?

Casos de "pneumonia silenciosa" aumentam em São Paulo: como identificar a doença?

Doença é causada por outra bactéria menos comum, a Mycoplasma pneumoniae, identificada em surtos na China, EUA e em países da Europa
Governo Lula recria Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos encerrada por Bolsonaro

Governo Lula recria Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos encerrada por Bolsonaro

Eugênia Gonzaga, procuradora da República que foi exonerada da presidência do órgão pelo ex-presidente, voltará ao cargo
Edinho Silva diz que quem precisa conduzir sucessão do PT é Gleisi Hoffmann

Edinho Silva diz que quem precisa conduzir sucessão do PT é Gleisi Hoffmann

Prefeito de Araraquara é cotado para assumir a legenda ou algum ministério de Lula
Biden admite mau desempenho em debate: "Eu estraguei tudo"

Biden admite mau desempenho em debate: "Eu estraguei tudo"

Democrata falou com uma rádio local e deu a entender que continua na disputa: "Vamos derrotar Trump como fizemos em 2020"
Pix por aproximação deve ser lançado em fevereiro de 2025

Pix por aproximação deve ser lançado em fevereiro de 2025

Banco Central e Conselho Monetário Nacional criaram novas regras que possibilitam o usa da função, além de outras modalidades
Pastor é preso por compartilhar e armazenar imagens de abuso infantil

Pastor é preso por compartilhar e armazenar imagens de abuso infantil

Evangélico já havia sido indiciado pela Polícia Federal neste ano e diz que ensina a "fugir do pecado" nas redes sociais
Publicidade
Publicidade