Governo autoriza uso das Forças Armadas para garantir segurança na COP30
Evento será realizado na cidade de Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro

Camila Stucaluc
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, autorizou o eventual emprego das Forças Armadas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada na cidade de Belém, no Pará. A medida, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28), estipula o período de 4 a 23 de novembro para atuação do grupo no município.
Segundo o decreto, os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica deverão indicar militares para compor as equipes que irão operar em Belém. O trio também deverá apresentar gestões orçamentárias e de alinhamento que atendam as necessidades logísticas para suportar o emprego de tropa e as ações complementares durante a COP30 – que será entre 10 e 21 de novembro.
O evento uso das Forças Armadas será articulado com os órgãos municipais de segurança pública. O objetivo é promover um ambiente seguro para a realização do evento, que, segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), espera 40 mil visitantes. Deste total, cerca de 7 mil compõem a chamada "família COP", formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros.
A principal finalidade da COP é acordar novas metas para conter a crise climática, como redução das emissões de gases de efeito estufa e do desmatamento, além de cooperações para acelerar a transição energética global. As ações visam limitar o aumento da temperatura em 1,5ºC até 2100 – em relação aos níveis pré-industriais (1850 e 1900) –, conforme estipulado no Acordo de Paris.
André Corrêa do Lago, presidente da conferência no Brasil, afirmou que a sessão de novembro será responsável por garantir a prática das decisões já acordadas entre os países e avançar rapidamente em novos acordos para conter as mudanças climáticas. Entre eles, “a transição dos sistemas energéticos para além dos combustíveis fósseis, de forma justa, ordenada e equitativa".
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“Entramos em 2025 com a confirmação de que 2024 foi o ano mais quente já registrado globalmente e o primeiro em que a temperatura média global ultrapassou 1,5°C acima de níveis pré-industriais. Agora é o momento de deixarmos para trás a inércia, o individualismo e a irresponsabilidade para abraçarmos as melhores versões de nós mesmos por meio da criatividade, da solidariedade e da perseverança”, disse.