Flávio Bolsonaro fala em "inquisição" após operação da PF contra Jair; Eduardo diz que Moraes "dobrou aposta"
Força-tarefa autorizada pelo STF colocou tornozeleira eletrônica no ex-presidente, que também está proibido de sair à noite e de acessar redes sociais
Felipe Moraes
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos parlamentares de Jair Bolsonaro (PL), criticaram nesta sexta-feira (18) operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente, na casa dele e na sede do PL, em Brasília.
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"Filho 01" de Jair, Flávio disse para o pai ficar "firme" e classificou força-tarefa de "proposital humilhação". "Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes para tomar medidas totalmente desnecessárias e covardes. Típico de uma inquisição, que já tem a sentença final pronta antes mesmo de começar", falou na rede social X (ex-Twitter).
Em outro post, depois apagado, o senador pediu para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "suspender taxa de 50% sobre importações brasileiras e meter sanção individual em quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego".
Medidas expedidas hoje por Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinam restrição de deslocamento à noite e em fins de semana, apreensão de celular e proibição de acessar redes sociais e de se comunicar com embaixadores, diplomatas, réus e investigados, incluindo os filhos "02" e 03", o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março.
Flávio classificou conjunto de ordens cumpridas pela PF como "típico de uma inquisição, que já tem a sentença final pronta antes mesmo de começar".
Escrevendo em inglês, também no X, Eduardo enumerou ordens judiciais de Moraes cumpridas nesta sexta contra o pai. Afirmou que o ministro do Supremo "dobrou a aposta" após vídeo do ex-presidente endereçado a Trump e motivado por carta do mandatário norte-americano.
Nova investigação contra Bolsonaro
Réu no STF por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro agora é investigado por suspeita de crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado à soberania, em inquérito que envolve atuação de Eduardo nos EUA.
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"[Jair e Eduardo] vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro", afirmou STF, em comunicado após operação de hoje da PF.
Já no âmbito do inquérito que apura trama golpista após eleições de 2022, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu na segunda (14) à Corte condenação do ex-presidente e do "núcleo crucial", grupo que reúne ex-ministros e ex-comandantes das Forças Armadas.
