Estados e escolas privadas têm responsabilidade de implementar reforma do ensino médio, diz relator
Agora, projeto segue para sanção do presidente Lula; deputado que relatou proposta acredita em implementação "na melhor velocidade possível"
O relator do projeto que cria o novo ensino médio, deputado federal Mendonça Filho (União Brasil-PE), deu entrevista ao programa Brasil Agora desta quarta-feira (10) e comentou os próximos passos após aprovação da lei na Câmara. Agora, cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionar, vetar trechos ou íntegra do texto. Assista no canal do SBT News no YouTube.
+ Senado aprova bolsa de pelo menos R$ 700 para estudantes de baixa renda do ensino superior
Para o deputado, há expectativa positiva "de sanção total ou veto pontual". "Eixos principais foram muito bem negociados com Camilo [Santana, ministro da Educação], forças de governo e oposição", declarou. O texto já havia sido aprovado na Câmara, mas teve de retornar porque passou por alterações no Senado Federal.
Implementação do novo ensino médio
A partir de 2025, deve começar a implementação do novo ensino médio. Filho informou que esse processo depende de mobilização de estados, que administram escolas públicas, e instituições privadas.
+ Pé-de-Meia: alunos do último ano do Ensino Médio devem receber R$ 3,2 mil ao final de 2024
"A primeira grande responsabilidade é dos estados, por meio das secretarias de Educação. Ofertam mais de 80% das vagas. Parte da mudança recai sobre educação privada. Todos segmentos estão mobilizados e se dedicarão a processo de implementação, já em curso. Se dedicarão a implementar na melhor velocidade possível", detalhou.
Segundo o deputado, a lei "garante acesso à educação técnica e profissional, flexibiliza currículo para valorizar protagonismo do jovem no seu itinerário formativo, conectando com mundo do trabalho, e torna ensino médio mais atrativo".
+ Escolas cívico-militares do Rio Grande do Sul são questionadas no STF
Em conversa com o apresentador Murilo Fagundes, Filho apontou que o novo ensino médio pode trazer, na prática, "mais empregabilidade, facilidade de acesso ao mercado de trabalho e melhoria da renda".
"Nada impede que jovem, depois, possa ter jornada rumo ao ensino superior", explicou o relator. Mendonça Filho liderou a reforma do ensino médio em 2017, quando era ministro da Educação no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e propôs essa mudança.