Embaixada dos EUA critica Moraes durante julgamento de Bolsonaro
Publicação foi repostada no momento em que ministro votava no processo que apura tentativa de golpe de Estado

Wagner Lauria Jr.
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil repostou, nesta terça-feira (9), uma mensagem que critica o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no mesmo momento em que ele apresentava seu voto no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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A ação apura uma tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023, que teria sido liderada por Bolsonaro. Em publicação no X (antigo Twitter), a embaixada destacou a celebração do 7 de Setembro, que marcou o 203º aniversário da Independência do Brasil.
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“Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça”, afirmou a embaixada.
E acrescentou críticas ao magistrado:
“Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais — continuaremos a tomar as medidas cabíveis", completou o post.
A postagem foi acompanhada de uma imagem de manifestação realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (7), quando apoiadores de Bolsonaro exibiram bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos. A mensagem original havia sido publicada no dia anterior (8) por Darren Beattie, subsecretário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado.
Contexto recente
Na semana passada, o presidente Donald Trump afirmou que impôs tarifas ao Brasil porque o país estaria "fazendo algo muito infeliz".
"Eu amo o povo brasileiro. Temos um ótimo relacionamento com o povo brasileiro, mas o governo do Brasil mudou radicalmente. Foi muito para a esquerda, tornou-se radicalmente de esquerda, e isso está prejudicando muito o Brasil. Estão indo muito mal”, declarou Trump na Casa Branca.
Em entrevista exclusiva ao SBT, o presidente Lula disse que o tarifaço imposto pelo governo norte-americano ao Brasil é político, e que o presidente Donald Trump não quer dialogar com o Brasil.
"Ele não quer conversar. Eu tenho Alckmin, Haddad e Mauro Vieira para conversar. Não têm interlocutor", disse, referindo ao vice-presidente, ao ministro da Fazenda e ao ministro das Reações Exteriores do Brasil.