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Política

Eleições municipais 2024: incerteza de financiamento da campanha faz Datena oscilar sobre candidatura

Dirigentes do PSDB prometeram pagar custo eleitoral; apresentador não quer investir seus recursos

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Aécio, Datena, Perilo e Aníbal em reunião no dia 24 (Divulgação/PSDB)
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O que pode tirar o apresentador José Luiz Datena (PSDB) da disputa pela prefeitura de São Paulo é, principalmente, dinheiro. Tucanos ouvidos pela reportagem relataram que o cerne das discussões internas é sobre quem financiará a campanha eleitoral dele. Estimativas do PSDB de São Paulo mostram que o custo da disputa no primeiro turno deve variar de R$ 25 milhões a R$ 35 milhões.

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Datena não quer colocar a mão no bolso e investir na própria candidatura. Também teria dificuldade em conseguir doações vultosas. Com o PSDB fora do governo de São Paulo e da prefeitura, definhando nacionalmente, há uma clara dificuldade em obter doações de pessoas físicas.

Nas últimas disputas municipais, o Diretório Nacional do PSDB investiu R$ 11,1 milhões na candidatura vitoriosa de Bruno Covas, o equivalente a 54% dos R$ 20,4 milhões de receitas dele naquele ano. Agora, o vice de Covas que assumiu a cadeira com a morte dele, Ricardo Nunes (MDB), tornou-se o nome a ser derrotado no campo da direita.

Nunes já agregou vários apoios e, nos bastidores, estima-se que ele terá mais de R$ 50 milhões em doações. O teto de gasto neste ano é de R$ 67,2 milhões no primeiro turno e R$ 26,9 milhões no segundo.

As insatisfações de Datena com a falta de uma sinalização clara de que ele teria o suporte financeiro do partido fizeram com que ele desse entrevistas ameaçando desistir da candidatura. Em uma delas, ao jornal Folha de S. Paulo, disse que se até o presidente americano, Joe Biden, pode desistir de uma candidatura, por que ele não poderia.

“Até eu desconfio. Se continuar essa sacanagem de que o partido está conversando com outras pessoas para colocar dentro do partido sem me avisar, eu não vou ser candidato. Se o Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso? Desde o começo, falei: se me sacanearam, eu desisto mesmo”, disse o apresentador.

No dia seguinte, voltou atrás e disse a um podcast: “Eu não desisti de coisa nenhuma. Eu vou até o fim. Os caras tão ficando com medo porque eu crescendo nas pesquisas”.

Desistir de uma campanha eleitoral é, sem dúvida, um termo que Datena conhece bem. Só de 2016 para cá ele abandonou a candidatura em outras quatro ocasiões: à prefeitura pelo PP (16), ao Senado pelo Democratas (18), à vice-prefeitura pelo MDB (20) e ao Senado pelo PSC (22).

Movimentações da cúpula

As declarações fizeram com que a cúpula tucana tentasse botar panos quentes na situação: o presidente da legenda, Marconi Perillo, e outras lideranças, como o ex-senador José Aníbal e o deputado federal Aécio Neves. Oficialmente, a informação era de que eles estavam ajustando os últimos detalhes da convenção prevista para ocorrer no próximo sábado (27).

Na prática, os líderes do PSDB disseram para Datena se tranquilizar, que a legenda iria bancar a campanha dele. Só não deixaram claro de quanto seria esse aporte financeiro.

+Ao Perspectivas, Marconi Perillo fala sobre Datena, eleições, enchentes no RS e PSDB

Por fim, a situação de Datena tem de ser decidida até sábado, quando deve ocorrer a convenção municipal do PSDB. A possibilidade de ele deixar ou não a disputa fez com que o PSB, da pré-candidata Tabata Amaral (PSB), adiasse a decisão sobre quem seria o vice dela. A esperança entre os socialistas é que os tucanos ainda tenham um nome para esse posto.

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