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Política

Eduardo Bolsonaro xinga pai em conversas divulgadas pela PF

Mensagens revelam atritos entre pai e filho sobre atuação de deputado licenciado nos Estados Unidos

Imagem da noticia Eduardo Bolsonaro xinga pai em conversas divulgadas pela PF
Eduardo e Jair Bolsonaro | Foto: reprodução
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Mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), revelam uma relação marcada por tensões e cobranças envolvendo a atuação de Eduardo nos Estados Unidos. Ambos foram indiciados pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (20), por coação no curso do processo da trama golpista e por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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Segundo o relatório da PF, pai e filho mantinham trocas de mensagens recorrentes, incluindo discussões sobre posicionamentos públicos. Em um dos episódios, Eduardo orientou o pai antes de uma entrevista ao portal Poder360: “Se você disser algo sobre os EUA que não se encaixar com o que estamos fazendo aqui, pode enterrar algumas ações”. Jair respondeu que não tocaria no assunto.

Eduardo Bolsonaro instruí o pai sobre entrevista | Foto: reprodução/PF
Eduardo Bolsonaro instruí o pai sobre entrevista | Foto: reprodução/PF

Mais tarde, o deputado xingou o pai e o chamou de ingrato, após Bolsonaro elogiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante a mesma entrevista, e afirmar que Eduardo era imaturo.

“Ele, apesar de ter feito 40 anos de idade agora, não é tão maduro assim, vamos dizer, talhado para a política. Ele acerta 90% das vezes, 9% mais ou menos e 1% erra”, declarou Jair ao Poder360.

Eduardo Bolsonaro xinga o pai após entrevista | Foto: reprodução/PF
Eduardo Bolsonaro xinga o pai após entrevista | Foto: reprodução/PF

O relatório da Polícia Federal indica, ainda, que Jair Bolsonaro enviou áudios ao filho, mas eles não foram recuperados. Eduardo reagiu afirmando: “Quero que você olhe para mim e enxergue o Temer. Você falaria isso do Temer?”. O ex-presidente respondeu que resolveria o assunto em uma entrevista à CNN e, em seguida, enviou ao filho um trecho no qual o elogiava.

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Eduardo Bolsonaro pede que pai o veja como Temer  | Foto: reprodução/PF
Eduardo Bolsonaro pede que pai o veja como Temer | Foto: reprodução/PF

Em nota publicada em sua conta no X, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) classificou como “vergonhosa” a atuação da Polícia Federal após ser indiciado por coação no curso do processo da trama golpista e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O parlamentar afirmou ainda que sua atuação nos Estados Unidos nunca teve como objetivo interferir em qualquer processo em andamento no Brasil.

Confira nota na íntegra

Tomei conhecimento, pela imprensa, do relatório divulgado pela Polícia Federal e considero importante esclarecer alguns pontos:

1. Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional.

2. Causa espanto que a Polícia Federal (PF) aponte supostos partícipes de um crime absolutamente delirante, mas não identifique os autores. Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o Secretário Marco Rubio ou o Secretário do Tesouro Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem?

3. Vivo sob a jurisdição americana e, portanto, plenamente amparado pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que assegura não apenas a liberdade de expressão, mas também o direito de peticionar nossas demandas ao governo que rege a nossa jurisdição.

4. É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político.

5. Se o meu “crime” for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão.

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