Eduardo Bolsonaro tem licença na Câmara dos Deputados encerrada neste domingo (20)
A partir desta data, o deputado, que está nos EUA, vai começar a ter as faltas sem justificativa contabilizadas e poderá perder o mandato

Vanessa Loiola
A licença que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) solicitou em fevereiro à Câmara dos Deputados se encerrará neste domingo (20). A partir desta data, as faltas injustificadas serão contabilizadas e o parlamentar poderá perder o mandato.
O deputado, que está nos Estados Unidos desde o pedido, solicitou afastamento de 120 dias por "interesses pessoas" e outros dois dias justificados como "tratamento de saúde".
O anúncio ocorreu poucos dias antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornando-o réu por tentativa de golpe de Estado em 2022. Ao anunciar sua licença, o deputado fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e ao STF.
O parlamentar é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por atuação em crimes contra autoridades brasileiras nos EUA. Entre os pontos apurados estão possíveis tentativas de coação no curso de processos, obstrução de investigações envolvendo organização criminosa e ações voltadas à abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
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A PGR suspeita que Eduardo tenha tentado influenciar nas decisões do Judiciário brasileiro e interferir em processos que envolvem seu pai, Bolsonaro.
Ao anunciar o afastamento do mandato, Eduardo abriu mão do salário de R$ 46 mil. Ele foi eleito deputado federal em 2022 com mais de 740 mil votos, sendo o terceiro mais votado em São Paulo.