Defesa de Bolsonaro nega plano de golpe
Advogados afirmaram que pedido por passaporte "foi desnecessário" e criticaram conduções contra o ex-presidente
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou a existência de um golpe de estado e criticou a operação da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira (8), que teve o político como um dos alvos. Em comunicado divulgado horas após a ação, advogados afirmam que os mandados da PF foram recebidos com "indignação e inconformismo".
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"O ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam. A despeito disso, desde março vem sendo alvo de repetidos procedimentos, que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos que amparassem as graves suspeitas que repetidamente lhe vem sendo impingidas", diz trecho do posicionamento.
A defesa também critica o pedido para reter o passaporte de Bolsonaro. O documento foi entregue e impede que o político deixe o Brasil. Na avaliação dos advogados, o movimento foi "desnecessário" por haver cumprimento de pedidos junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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Mais cedo, o advogado e ex-Secretário de Comunicação no último governo, Fabio Wajngarten, afirmou em rede social que Bolsonaro não fez movimentos para deixar o Brasil, com a última saída recente tendo sido para a posse de Javier Milei, eleito na Argentina. Em relação à viagem, Wajngarten afirma que advogados foram ao Supremo para consultar e comunicar o deslocamento.
No entorno familiar, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro adotou um tom religioso para comentar a operação, em movimentos para exaltar o último governo e de críticas à gestão Lula.
"O pai da mentira segue construindo as suas narrativas... Quem nasceu para ser mitomaníaco jamais será mito", declarou Michelle, em uma postagem divulgada junto a uma notícia do petista comentando a operação. Na fala, o presidente defendeu avanço de investigações e apontou haver indícios de tentativa de golpe.
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O mesmo movimento foi adotado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), único filho do ex-presidente a citar a operação desta quinta-feira. O deputado fez uma publicação que insinua os movimentos após uma live que citou o retorno de Bolsonaro e contra um ato em defesa do ex-presidente na cidade de São Sebastião, em São Paulo. “A política do Brasil hoje é feita no Supremo Tribunal Federal”, afirmou.