Política

CPMI do INSS: filha de fundador do Sindnapi diz que denuncia fraudes a autoridades desde 2019

Tonia Galleti ponderou, no entanto, que só oficializou denúncias em 2023; advogada é ligada à entidade dirigida por irmão de Lula

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Tonia Galleti durante depoimento na CPMI do INSS | Carlos Moura/Agência Senado
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A assessora jurídica e filha de um dos fundadores do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Tonia Galleti, disse nesta segunda-feira (20), em depoimento à CPMI do INSS, que passou a denunciar fraudes em aposentadorias e pensões em 2019, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Tonia alegou, no entanto, que só se sentiu "confortável" para oficializar as denúncias anos depois, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A entidade da qual a advogada faz parte é dirigida pelo irmão de Lula, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.

"Em 2019 a gente começou e em 2023 [a gente] oficializou no CNPS [Conselho Nacional de Previdência Social]. Nos primeiros dois anos não me senti de fato confortável para fazer isso. Não existia uma pressão oficial, mas não era um ambiente muito favorável às associações e sindicatos", disse.

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A depoente, que também fez parte do CNPS, afirmou que fez as denúncias a diversas autoridades, incluindo o ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto.

"Levei a diversas autoridades. Fiz [a denúncia] com intuito de que fosse estartado o processo de verificação", contou.

Ela completou, falando sobre a conduta adotada por Lupi:

"Algumas medidas foram tomadas. Eles disseram que mandaram ofício pra Polícia Federal informar algumas coisas", disse.

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Questionada pelo relator Alfredo Gaspar (União-AL) e por deputados da oposição sobre uma suposta participação nas fraudes, Tonia negou qualquer irregularidade.

"Vocês estão matando o mensageiro. Vocês tiram do cidadão a coragem de denunciar a corrupção quando querem jogar em mim a pecha de que eu sou safada, de que eu sou ladra de que roubei", disse a advogada.

Outro depoimento

A CPMI ainda espera ouvir, nesta segunda-feira (20), Felipe Macedo Gomes, suspeito de ser um dos operadores do esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões.

Macedo é ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB).

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