CPMI do INSS autoriza pedido de prisão preventiva do presidente da Conafer
Carlos Roberto Ferreira Lopes foi preso e liberado após pagar fiança; solicitação será encaminhada ao STF

Gabriela Vieira
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou nesta quinta-feira (2) um pedido de prisão preventiva do presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes.
O pedido será encaminhado ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Carlos Lopes foi detido por falso testemunho na madrugada de terça (30), enquanto prestava depoimento ao colegiado.
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A prisão foi determinada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que defendeu que ele teria mentido ao menos quatro vezes durante seu depoimento. Mas, algumas horas depois, Lopes foi liberado após pagar fiança de R$ 5 mil.
A Conafer, que ele preside, teria sido responsável por descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas. Por isso, Lopes foi citado pelo relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como um dos articuladores das fraudes no INSS.
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No entanto, o presidente da Conafer afirmou não saber de informações apontadas como de conhecimento dele, incluindo movimentações milionárias e acusações de fraude.
No início da sessão desta quinta (2), Viana já alertou que quem mentir durante depoimento vai receber voz de prisão.
"Nós vamos continuar trabalhando da mesma maneira, todos serão respeitados aqui, os direitos todos mantidos, mas a pessoa que mentir aqui vai receber voz de prisão – nós estamos bem firmes nesse assunto", avisou.
Ainda hoje, a comissão recebe o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho. O órgão foi um dos responsáveis por divulgar o esquema de descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas.
Outra prisão
Além de Lopes, o colegiado determinou a prisão, também por falso testemunho, de Rubens Oliveira Costa, associado de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o "Careca do INSS", que teria mentido durante depoimento.