Comissão de Anistia aprova pedido de reparação a imigrantes japoneses
Perseguidos e torturados na década de 1940, 172 japoneses foram enviados a campos de concentração
O pedido de reparação coletiva a imigrantes japoneses, que foram perseguidos e torturados na década de 1940, foi aprovado, nesta quinta-feira (25), pela Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos.
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A perseguição aconteceu, de acordo com a comunidade nipônica, durante os governos de Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra. Segundo o requerimento, 172 imigrantes japoneses foram enviados para campos de concentração no período.
Isso porque durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão passou a ser visto como inimigo do Brasil por causa da aliança com a Alemanha. Com isso, muitos imigrantes foram levados para o campo de concentração criado em Tomé-Açu, no Pará, por exemplo, além do Instituto Correcional Ilha Anchieta, em São Paulo.
Aprovado em decisão unânime, o pedido feito por Mario Jun Okuhara e a Associação Okinawa Kenjin do Brasil havia sido indeferido durante o governo Bolsonaro, em 2021.
Agora, julgado novamente pela nova composição da Comissão, o Estado reconheceu oficialmente a perseguição política e se desculpa com imigrantes e seus descendentes.
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Segundo a relatora do processo, Vanda Davi Fernandes de Oliveira, "há farta documentação comprobatória da perseguição política sofrida pela comunidade de imigrantes japoneses e de seus descendentes perpetrada pelo Estado."