Política

Brasil e Estados Unidos ainda não tiveram novas reuniões sobre o tarifaço

Última conversa entre delegações dos dois países foi no mês passado, um dia depois do encontro entre Lula e Trump na Malásia

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Os presidentes Lula e Trump durante encontro bilateral na Malásia | Daniel Torok/Official White House Photo
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Os governos do Brasil e dos Estados Unidos não tiveram novas reuniões sobre o tarifaço desde 27 de outubro, quando delegações dos dois países se reuniram em Kuala Lumpur, na Malásia, um dia depois do encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump.

Apesar da “boa química” entre os dois líderes e dos sinais de arrefecimento das tensões entre as nações, técnicos brasileiros e norte-americanos ainda não participaram de novas reuniões, presenciais ou virtuais, para pavimentar o caminho rumo à reversão das tarifas de 50% aplicadas pela Casa Branca. 

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A informação foi confirmada à reportagem do SBT News por fontes do Ministério das Relações Exteriores que, evitando falar em um sentimento frustração pelo alongamento do processo, afirmaram que o que está acontecendo, neste momento, é um “alinhamento de cronogramas”. E que esse calendário vai ser submetido, do lado brasileiro, ao presidente Lula.  

Nesta terça-feira (4), o presidente brasileiro disse que pretende ligar para Donald Trump caso não haja avanços nas negociações comerciais entre os dois países até o fim da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que começa na próxima segunda-feira (10), em Belém (PA). Lula deu a declaração durante uma entrevista a repórteres estrangeiros.

"Quando terminar a COP, se não tiver marcada a reunião entre os meus negociadores e os dele, eu vou ligar para Trump outra vez", disse o petista. 

Retrospectiva de reuniões

O tarifaço norte-americano começou a valer em julho de 2025 e a relação entre Lula e Trump começou a dar sinais de melhora nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, no dia 23 de setembro, em Nova York, quando os dois se encontraram rapidamente e o republicano afirmou ter havido uma “boa química”. Lula reiterou a sensação.

Dias depois, em 6 de outubro, os dois presidentes conversaram por telefone por cerca de 30 minutos e acertaram um encontro presencial. A conversa foi descrita pelo Palácio do Planalto como “amistosa e extraordinariamente boa”. 

No dia 16 de outubro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajou até Washington, capital dos Estados Unidos, para uma reunião com o secretário de Estado da Casa Branca, Marco Rubio. Em uma nota conjunta, os dois países afirmaram que Rubio e Vieira “concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato, além de estabelecer uma rota de trabalho conjunto”. 

Finalmente, a reunião entre Lula e Trump aconteceu em 26 de outubro, na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). A conversa durou cerca de 50 minutos e, em um momento inicial, foi aberta à imprensa. 

Após esse encontro, ao celebrar o tom adotado e os termos discutidos, Mauro Vieira, chegou a afirmar que "é para tudo ser resolvido em pouco tempo".

De fato no dia seguinte, em 27 de outubro, integrantes das duas delegações se reuniram, ainda na Malásia. Ocorre que essa foi a última reunião até aqui.

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