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Braga Netto chamou comandante do Exército de “cagão” por não aderir ao golpe

Investigação da PF mostra que ex-ministro da Defesa ficou irritado com a postura de integrantes da cúpula das Forças Armadas

Braga Netto chamou comandante do Exército de “cagão” por não aderir ao golpe
Braga Netto
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Conversas apreendidas nos celulares de alvos da operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8) mostram que o general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, fez uma série de críticas e xingou parte da cúpula das Forças Armadas que era contra os planos de golpe de Estado. As mensagens estão na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação.

+ Presença de militares envolvidos em operação da PF é inédita na história da corporação

As mensagens são do dia 14 de dezembro de 2022. Em uma conversa com Ailton Barros, que é ex-militar, Braga Netto se refere ao general Freire Gomes, então comandante do Exército, como "cagão".

Diálogo de Braga Netto com Ailton Barros (Reprodução)
Diálogo de Braga Netto com Ailton Barros (Reprodução)

Segundo Moraes, os diálogos “evidenciaram a participação e adesão do investigado WALTER SOUZA BRAGA NETTO na tentativa de golpe de Estado, com forte atuação inclusive nas providências voltadas à incitação contra os membros das Forças Armadas que não estavam coadunadas aos intentos golpistas, por respeitarem a Constituição Federal”.

+ Bolsonaro e ex-assessores são alvos de operação da PF

O ministro do STF afirma ainda que “o investigado WALTER SOUZA BRAGA NETTO, inclusive, chegou a encaminhar para AILTON GONÇALVES MORAES BARROS mensagem que teria recebido de um " FE" (Forças Especiais), com a seguinte afirmação: 'Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e do Gen. FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente'. Em resposta, AILTON BARROS sugere continuar a pressionar o General FREIRE GOMES e caso insistisse em não aderir ao golpe de Estado afirmou 'vamos oferecer a cabeça dele aos leões'. O investigado BRAGA NETTO concorda e dá a ordem: 'Oferece a cabeça dele. Cagão'. Ainda no contexto do referido diálogo, o investigado BRAGA NETTO encaminha uma mensagem de texto, seguida de uma imagem (cortada), que teria relação com a residência do General FREIRE GOMES. Diz: "Em frente à residência do general Freire Gomes agora”, como evidenciam imagens acima colacionadas”.

No dia 15 de dezembro 2022, Braga Netto voltou a enviar mensagem para Ailton, com orientações para atacar o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, a quem adjetivou de "traidor da pátria", e elogiar o almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos.

O ministro Alexandre de Moraes concluiu que as “referidas mensagens vão ao encontro, conforme aponta a Polícia Federal, dos fatos descritos pelo colaborador MAURO CID, que confirmou que o então Comandante da Marinha, o Almirante ALMIR GARNIER, em reunião com o então Presidente JAIR BOLSONARO, anuiu com o Golpe de Estado, colocando suas tropas à disposição do Presidente”.

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