Bolsonaro pede desculpas a Moraes por acusar ministros de receberem dinheiro
Ex-presidente diz ao STF que não foi o único a levantar dúvidas sobre as urnas eletrônicas
Jessica Cardoso
O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira (10) por afirmar que três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) receberam dinheiro para fraudar as eleições de 2022.
Bolsonaro deu a declaração durante uma reunião ministerial realizada em julho de 2022. A alegação foi direcionada a Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Perguntado sobre o episódio, o ex-mandatário disse não ter provas para a acusação.
“Não tem indícios nenhum, senhor ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada. Um desabafo, uma retórica que usei. Se fosse outros três ocupando, teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe. Não tinha qualquer intenção de acusar qualquer desvio de conduta dos senhores", disse em resposta a Moraes.
Bolsonaro é o sexto a prestar depoimento no STF sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022. Ele é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos responsáveis por liderar ações que visavam a impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente negou a acusação ao ser perguntado por Moraes se a denúncia procedia.
Bolsonaro também foi perguntado sobre sua desconfiança em relação às urnas eletrônicas. Disse que as críticas não eram exclusivas dele e citou falas que teriam sido ditas por Flavio Dino, ministro do STF, e Carlos Lupi, presidente do PDT.
Ele afirmou ainda que sempre defendeu o voto impresso durante seu mandato como deputado e presidente da República.
“Essa foi a retórica que usei muito como deputado e depois como presidente, buscando o voto impresso como uma forma de termos mais barreira para evitar qualquer possibilidade de alterar as eleições”, disse.
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