Bolsonaro instalou cofres no Alvorada para guardar armas
Assessores do ex-presidente dizem que instalações foram feitas no quarto presidencial


Cézar Feitoza
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) instalou dois cofres no Palácio da Alvorada nos primeiros anos de sua estadia na residência oficial da Presidência para guardar fuzis e pistolas recebidas como presente.
As instalações foram feitas após Bolsonaro receber um fuzil do governo dos Emirados Árabes Unidos durante visita oficial, em 2019.
Os cofres eram modernos, com acionamento por digital e senha, segundo dois ex-auxiliares de Bolsonaro ouvidos pelo SBT News.
Essas fontes acreditam que sejam esses os cofres encontrados pela Presidência da República em junho deste ano.
Além dos cofres instalados na suíte presidencial, há outras instalações semelhantes no subsolo do Alvorada, em um grande depósito do palácio.
Chamada pela Presidência, a Polícia Federal abriu os dois cofres e encontrou objetos e documentos de Bolsonaro. A corporação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a interrogar o ex-presidente sobre os itens encontrados no Alvorada.
As incertezas estão relacionadas à correria com que foi feita a retirada dos móveis e objetos pessoais de Bolsonaro e Michele no fim de 2022.
O responsável pela mudança foi o coronel da reserva Marcelo Câmara. Ele está preso pela participação na trama golpista, condenado a 21 anos de prisão.
A mudança foi organizada às pressas, segundo os ex-assessores. Os motivos da demora foram a expectativa de se encontrar fraudes nas urnas e a condição de saúde do ex-presidente, que sofria de erisipela e evitava conversar sobre a transição.
Os ex-auxiliares de Bolsonaro contam que as armas foram retiradas do Alvorada. Eles admitem, porém, que algum item pessoal do ex-presidente possa ter ficado pra trás.
A defesa de Bolsonaro diz que não tem informações completas sobre o que teria permanecido nos cofres do Alvorada. Os advogados acreditam, porém, não se tratar de nada relevante.








