Bolsonaro diz que acusações contra ele são graves e infundadas
Ex-presidente se tornou réu no STF nesta quarta (26) por tentativa de golpe de Estado
Vinícius Nunes
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu nesta quarta-feira (26) críticas ao processo eleitoral brasileiro. Ao fazer um pronunciamento em frente ao Senado Federal, o agora réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por golpe de Estado disse que as acusações contra ele são “graves e infundadas”.
Ao lado de vários aliados, Bolsonaro disse que a decisão de torná-lo réu “deve ser pessoal” e voltou a falar sobre voto impresso. Citou a Venezuela como exemplo de votação que tem um comprovante da votação. O ex-presidente, no entanto, lembrou que o Brasil não reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro no país vizinho.
Ao voltar a falar do caso que corre no STF, Bolsonaro afirmou que os depoimentos de Mauro Cid, o seu ex-ajudante de ordens, são secretos e que sua defesa não teve acesso à íntegra das oitivas. É importante destacar que o ministro Alexandre de Moraes, relator da Petição 12.100 liberou os vídeos e a transcrição do áudio dos depoimentos do tenente-coronel em 19 de fevereiro.
“Algo esquisito por aí, o que ele [Moraes] quer esconder? Houve interferência no TSE em 2022? Esqueçam. ‘100% confiáveis as urnas’. Durante as eleições de 2022 o TSE atuou pesado contra eu e a favor do candidato Lula”, disse o ex-presidente.
O ex-presidente afirmou, ironicamente, que é responsável pela destruição do 8 de Janeiro por “telepatia”. A ironia se deu por conta da sua localização na data da tentativa de golpe, quando estava em Miami, nos Estados Unidos.
Sobre o 8 de Janeiro, Jair Bolsonaro disse que se estivesse no Brasil na data da insurgência golpista, estaria “preso até hoje” ou possivelmente “morto”.
Anistia
O ex-presidente também fez um apelo pela anistia dos condenados por 8 de Janeiro. Afirmou que não houve organização criminosa armada e que nenhum armamento, apenas estilingues, foram encontrados com os manifestantes.
Lembrou da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, presa desde março de 2023 e que teve pena calculada em mais de 14 anos de prisão por Alexandre de Moraes. Nesta quarta, o ministro Luiz Fux anunciou que vai debater a dosimetria da pena da mulher flagrada pichando a estátua “A Justiça”, na Praça dos Três Poderes.o tombado.