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Bate-boca e ‘quem roubou mais’ marcam votação de projeto que altera Ficha Limpa no Senado: veja

Moro e PT começaram sessão com o mesmo posicionamento, discussão avançou para troca de acusações entre políticos

Bate-boca e ‘quem roubou mais’ marcam votação de projeto que altera Ficha Limpa no Senado: veja
Os senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Sergio Moro (União-RS) trocaram comentários em votação no Senado nesta terça-feira (3) | Agência Senado
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Acusações de corrupção e troca de farpas entre senadores marcaram a votação do projeto que propõe flexibilizar regras da Ficha Limpa no Senado. Os discursos em relação à proposta ganharam o plenário nesta terça-feira (3), que acabou com a análise do projeto adiada.

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No início, parlamentares criticaram o texto que afrouxa regras eleitorais e reduz o tempo em que condenados não podem concorrer a uma eleição. A posição colocou do mesmo lado o senador Sergio Moro (União-PR) e políticos do PT, como o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (AP), e Fabiano Contarato (ES).

Mas a onda de concordância durou pouco e, logo após a posição do PT, senadores de oposição criticaram o partido e lembraram escândalos passados, como repasses a empresas à época de outro governo Lula, que ficaram conhecidos como mensalão.

“Com todo respeito aos pares, mas o PT tem que acertar as contas com o passado. Mensalão, petrolão, ação que moveu contra a lei das estatais [...] Não tem autoridade moral para não vir defender essa Ficha Limpa”, declarou o líder da oposição ao governo no Senado, Marcos Rogério (PL-RO).

A posição do político logo foi rebatida por Randolfe Rodrigues, que citou escândalos ligados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Nós também, presidente [Pacheco], não vamos aceitar que a turma que deu golpe no Ministério da Educação, que roubou joias, que deu golpe da vacina. A turma do PL que praticou todo tipo de ladroagem e rachadinha nesse país durante quatro anos vir aqui apontar o dedo pra gente, presidente”, contestou Randolfe.

Entre as duas declarações, Moro, que é crítico ao projeto e defensor da Ficha Limpa, voltou a se posicionar contra o texto, e afirmou que, apesar de ser contrário às mudanças, a posição contra flexibilização eleitoral não pode ser citada pelo PT.

“Pode até discutir eventuais mudanças na Lei da Ficha Limpa para corrigir injustiças, mas não em relação a quem foi condenado criminalmente por corrupção. Para esse debate, para injustiças que são cometidas às vezes por infrações menores, descumprimento cabuloso da lei da legislação eleitoral, aí tudo bem, mas não pode vir aqui o PT e falar em imoralidade pública contra esse projeto”, sustentou.

Outros senadores do PT, como Fabiano Contarato (ES) e Humberto Costa (PE) também se colocaram contra o projeto. Nas declarações, Contarato lembrou que a Ficha Limpa foi uma lei de iniciativa popular, para tornar mais rígidas as punições contra políticos que praticaram algum tipo de corrupção.

Por um pedido do senador que cuida do projeto no plenário, o relator Weverton (PDT-MA), a análise da proposta foi adiada e deve ser retomada em uma próxima votação presencial no Senado. Há possibilidade de que o caso fique apenas para depois das eleições.

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