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Política

Bancada agro defende boicote ao Carrefour: “Se carne brasileira serve aqui, tem que servir na França”

Presidente da Frente da Agropecuária, Pedro Lupion prometeu tramitação célere de projetos para reciprocidade comercial

Imagem da noticia Bancada agro defende boicote ao Carrefour: “Se carne brasileira serve aqui, tem que servir na França”
Foto: Divulgação/Mapa
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O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), defendeu nesta segunda-feira (25) que os produtores do agro brasileiro deixem de fornecer carne ao Carrefour, após a rede de supermercados anunciar que não vai mais importar o alimento do Mercosul para vender em suas lojas na França.

“Não só acho certo [o boicote], como fui eu que incentivei. Se não serve para a França, que não sirva para cá. Então a solução é não entregar [a carne] para o Carrefour. Inclusive saiu já a informação de que o Carrefour já está tendo dificuldades de receber novos produtos para as lojas aqui no Brasil”, disse ele, em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News.

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O parlamentar ainda disse que a bancada agro e a FPA terão uma reunião nesta terça-feira (26) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tratar sobre o tema. Ele quer comprometimento e celeridade com os dois projetos que estão no Congresso sobre a lei que prevê a reciprocidade econômica entre países que mantêm relação comercial com o Brasil.

“Nós temos amanhã uma reunião com Lira para tratar desse assunto da lei de reciprocidade. Temos um projeto na Câmara e um no Senado. Vamos dar celeridade para que essas matérias tramitam. Isso é o mínimo que a gente pode dar de resposta para o bloco europeu. Se eles não querem um tratado da União Europeia com o Mercosul, não é punindo os produtores brasileiros que eles vão conseguir resolver isso”, disse ele.

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A fala de Lupion faz referência ao acordo entre os blocos europeu e sul-americano, que foi assinado em 2019, mas até hoje não saiu do papel, por falta de consenso entre as partes sobre as regras a serem aplicadas à parceria. A decisão do Carrefour acontece após um histórico de protestos recentes de produtores franceses, que são contrários ao acerto.

“Os produtos do Mercosul chegam à França com uma competitividade melhor do que os deles, que são caros de produzir. E eles estão tentando ocupar esse espaço exigindo que seus governos façam com que os alimentos da América do Sul não cheguem lá. Essa foi a resposta do Carrefour aos pecuaristas franceses”, apontou o deputado.

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O presidente da FPA pontuou ainda que a grande preocupação é que a decisão do Carrefour abra precedente para que outras empresas internacionais adotem a mesma postura.

“A parcela do que é exportado para a França é muito pequena atualmente. Mas o que nos preocupa é que se abra um precedente para dizer como a gente tem que produzir e que nosso produto não vale nada. A verdade é que o Carrefour, assim como diversos outros estabelecimentos, vende carne brasileira em várias lojas do nosso país. Carne bem fiscalizada, de qualidade. Se serve aqui, tem que servir lá. O que eles estão fazendo é uma irresponsabilidade e não podemos aceitar”, afirmou.

Lupion ainda elogiou a postura do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao incentivar o boicote dos produtores brasileiros às lojas do Carrefour no país. Ele pediu que o restante do governo Lula, porém, adote um comportamento mais rígido em relação à França para reverter o ocorrido.

“O ministro reagiu fortemente e da forma correta para dar um basta nessa história, mas, ao mesmo tempo, a ministra do Meio Ambiente [Marina Silva] viaja o mundo inteiro falando mal da nossa produção. A gente precisa ter um comprometimento do governo, que, ao invés de ficar andando de braços dados com [o presidente francês Emmanuel] Macron lá no meio da Amazônia, tem que fazer uma ligação para ele e dizer que não vamos aceitar isso”, declarou ele, em referência à visita de Macron e Lula à floresta amazônica, em março. Confira a entrevista completa:

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