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Após pressão, Lira inclui deputada do Psol em comissão para investigar crise humanitária dos Yanomami

Colegiado foi criado na semana passada com pelo menos 13 deputados federais da oposição ao governo federal

Após pressão, Lira inclui deputada do Psol em comissão para investigar crise humanitária dos Yanomami
Colegiado tem uma reunião convocada para as 14h de 5 de junho, para apresentação do plano de trabalho e votação de requerimentos | Divulgação/Câmara dos Deputados
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A deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) anunciou, na quarta-feira (22), que vai integrar a comissão externa destinada a acompanhar as autoridades competentes na investigação e apuração da crise humanitária dos indígenas Yanomami, no Norte do Brasil. O grupo foi criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na semana passada, sem a parlamentar e com 15 membros, sendo pelo menos 13 da oposição ao governo federal.

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"Após muita luta e interlocução da líder do Psol, deputada Érika Hilton, a minha participação foi confirmada. A criação da comissão gerou polêmica por ser formada por parlamentares bolsonaristas que votaram a favor do Marco Temporal das terras indígenas, em maio do ano passado", escreveu Célia em suas redes sociais.

"Fui a parlamentar que denunciou a forma como a comissão foi criada e fiz a exigência pela cadeira para falar pelo povo Yanomami. Se somos boas para cuidar do território, também somos boas para fazer parte dos espaços de decisão na Câmara dos Deputados".

O ato de Lira com a inclusão de Célia entre os membros do colegiado, porém, ainda não foi publicado no Diáro Oficial da Câmara.

O anúncio de que a parlamentar integrará a comissão vem após a Hutukara Associação Yanomami (HAY), a Urihi Associação Yanomami (URIHI), a Associação Parawami Yanomami (Parawami) e a Associação Wanasseduume Ye’kwana repudiarem a criação da comissão.

Em nota conjunta divulgada na última segunda-feira (20), as entidades dizem terem tomado conhecimento "com muita surpresa" da criação de um colegiado por inciativa de Lira para investigar "supostamente" a crise humanitária em seus territórios e que estava composto "apenas por deputados ligados ao governo Bolsonaro que sempre atuaram contra os direitos dos povos indígenas".

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O comunicado prossegue: "Manifestamos nosso repúdio e indignação por mais uma ação truculenta da Câmara que, longe de manifestar preocupação e compromisso com nosso povo, pretende usar a dor e a morte do povo Yanomami e Ye’kwana para objetivos simulados de disputas políticas e de defesa do garimpo e da mineração em territórios indígenas". A nota foi apoiada por outras 78 entidades.

A comissão será coordenada pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e terá outros seis deputados do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O colegiado tem uma reunião convocada para as 14h de 5 de junho, para apresentação do plano de trabalho e votação de requerimentos.

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