Ao lado de Tarcísio, Lula anuncia túnel Santos-Guarujá
Presidente afirmou ao governador de SP que "não faltará um minuto de respeito ao papel que ele exerce em São Paulo", mas disse "estranhar" proximidade dele com Bolsonaro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participaram de evento em alusão aos 132 anos do Porto de Santos (SP), nesta sexta-feira (2). Ele garantiu ao aliado de Jair Bolsonaro (PL) que, da sua parte, "não faltará um minuto de respeito ao papel" que ele exerce no estado. Mas, citando trabalhos passados do líder do Executivo local em gestões petistas, disse "estranhar" a aliança dele com o ex-presidente.
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Outros políticos se reuniram para anunciar a criação de um túnel submerso entre a cidade e o Guarujá. Com investimentos de R$ 6 bilhões (R$ 8 bi no total de obras na região), a ligação é planejada há mais de 100 anos. Hoje, foi iniciada com uma parceria estado-federação.
Já em tom de união, o prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos), iniciou a cerimônia dizendo que "o vencedor tem que ser sempre o coletivo".
Na sequência, Tarcísio afirmou que a parceria com o governo federal representa um "presente que nasce do entendimento, da parceira" e que "isso torna esse momento mais emblemático". Abertamente apoiador de Jair Bolsonaro, o governador de SP se disse "privilegiado".
Tarcísio anunciou que, além do orçamento ao túnel Santos-Guarujá, serão aplicados investimentos em obras residenciais e na linha perimetral. Sobre a possibilidade de impasse político entre estado e presidente, disse que o importante é enxergar o interesse público: "Vamos deixar esse legado juntos".
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Lula discursou no mesmo tom. Disse que o evento era um "ato significativo". "Mais do que um anúncio de dinheiro ao Porto de Santos, significa que nós precisamos restaurar esse país à normalidade", explicou. Relembrou também o histórico de disputas com seu atual vice, Geraldo Alckmin (PSB), e declarou não ter "o direito de ter inimigos".
"Eu estranhei vendo ele trabalhar com o Bolsonaro", afirmou o presidente, ao citar passagens de Tarcísio em gestões petistas. Entretanto, anunciou ao governador que, da sua parte, "não faltará um minuto de respeito ao papel que exerce" em SP.
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O petista observou que é preciso "respeitar o direito do exercício da função de quem ganhou as eleições". "Se a gente quer ter divergência, espera as eleições", falou.
"Nós disputamos com Tarcísio e perdemos as eleições. Não dá para querer dar um golpe em São Paulo", afirmou Lula, que encerrou discurso prometendo mais R$ 1,5 bi do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a obras do Rodoanel.
Participaram da cerimônia os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Márcio França (Empreendedorismo), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), o secretário-geral da presidência, Márcio Macêdo, Marcos Pereira (Republicanos-SP), 1º vice-presidente da Câmara, congressistas e prefeitos da região.