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Política

Advogado de Bolsonaro nega ao STF ter buscado informações sobre delação de Cid

Paulo Cunha Bueno pediu dispensa de depoimento à PF e afirmou que encontro com mãe de Cid foi breve e casual

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O advogado Paulo Cunha Bueno e o ex-presidente Jair Bolsonaro | Fellipe Sampaio/STF
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O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter tentado obter informações sobre o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes na segunda-feira (30), Cunha Bueno também solicitou dispensa do depoimento à Polícia Federal (PF), iniciado às 15h desta terça-feira (1º), argumentando que já apresentou todos os esclarecimentos por escrito.

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Moraes determinou, em 25 de junho, que Cunha Bueno e Fábio Wajngarten, ex-assessor de Bolsonaro, prestassem depoimento à PF em São Paulo.

A corporação também ouve nesta terça-feira (1°), em Brasília, o coronel Marcelo Câmara, réu na ação sobre a trama golpista, e seu advogado Eduardo Kuntz. Todos são suspeitos de tentar obter informações sobre a delação premiada de Cid.

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A mãe de Mauro Cid, Agnes Barbosa Cid, relatou à PF que foi abordada em três ocasiões por Eduardo Kuntz e afirmou que Cunha Bueno também estava presente em uma delas.

Segundo Agnes, as abordagens ocorreram entre agosto e dezembro de 2023, durante competições da neta na Sociedade Hípica Paulista.

“A primeira vez, fui contatada só pelo Dr. Eduardo Kuntz. Já na segunda vez, também veio o Dr. Paulo Bueno. Fiquei muito tensa e, inclusive, avisei a família do ocorrido, pois não entendia o motivo que esses advogados estavam querendo falar comigo”, disse Agnes.

No documento entregue ao STF, Cunha Bueno confirma que esteve com Agnes na hípica, mas afirma que o encontro foi “breve, amistoso, e absolutamente protocolar", além de restrito a agradecimentos pela ajuda que prestou para viabilizar a inscrição da neta de Cid no torneio.

O advogado relatou que frequenta o local regularmente e negou ter buscado informações sobre a colaboração premiada do militar, destacando que, na época, a homologação do acordo ainda não era pública.

“Segundo a própria interlocutora e genitora do colaborador, o peticionário em nenhum momento buscou obter quaisquer informações acerca de eventual colaboração premiada do Cel. Cid”, afirmou.

Sobre a acusação de tentar interferir na defesa, Cunha Bueno disse que jamais sugeriu a troca de advogados. Ele argumentou que não poderia assumir a defesa de Cid por já representar Bolsonaro no caso e que seria antiético captar clientes com defensor já constituído. Para o advogado, as declarações de Agnes Cid foram distorcidas.

"Os fatos […] foram proposital e evidentemente distorcidos, evidenciando o intuito de, de alguma forma, tentar garantir a manutenção da colaboração premiada de seu filho", afirmou no documento.

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