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Política

Defesa de Torres classifica como "erro grosseiro" acusação de omissão

Em documento ao STF, ex-secretário diz que agiu corretamente e que havia plano de ação para atos golpistas

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Torres
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O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) omissão no episódio de invasão dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8, por golpistas que contestam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, houve "erro grosseiro" da acusação.

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Preso preventivamente há cinco dias, por pedido da Polícia Federal, Torres entregou via advogado de defesa, Rodrigo Roca, um documento em que sustentou ter cumprido sua obrigação como secretário de Segurança do DF, no planejamento da operação para o dia 8, tendo "diligenciado e atuado incisivamente".  

"Os pleitos encaminhados a V. Exa. - de inafastável cunho político - em verdade erraram grosseiramente com relação à aventada omissão", informa a defesa de Torres. 

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Trechos documento de defesa de Anderson Torres ao STF | Reprodução 

O documento de 10 folhas, consultado pelo SBT News, foi elaborado e entregue ao STF no dia 10 de janeiro. Torres ainda estava em Orlando, nos Estados Unidos, e sua prisão havia sido noticiada, com a deflagração da PF de buscas em sua residência, em Brasília.

"Não houve displicência ou a facilitação aventadas pela autoridade policial na sua manifestação, em qualquer momento da conduta atrelada ao defendendo (Torres), muito menos na forma omissiva", informa a defesa.

O documento registra que Torres assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública do DF quatro dias antes dos atos, tendo "diligenciado e atuado incisivamente sobre o tema antes do primeiro ato de vandalismo logo nos primeiros dias da sua posse".

"Determinando às forças policiais distritais que encetassem as diligências necessárias à manutenção da ordem em todo o Distrito Federal, como lhe competia", informa a defesa.

Protocolo
Na manifestação ao STF, o defensor anexou documentos, como o planejamento oficial (Protocolo de Ações Integradas nº. 02/202) assinado dois dias antes das invasões e as passagens compradas para a viagem familiar de férias, ainda em novembro.

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"Constam todas as informações levantadas até então sobre as possíveis investidas de grupos extremistas, bem como todas as providências que deveriam ser realizadas pelos órgãos e instituições envolvidos e engajados na ação conjunta", registra a defesa, sobre o protocólo.

"Como se pode perceber, tudo o que competia à Secretaria - e ao Secretário, claro - foi feito de antemão e em tempo hábil para a ação de todos. O que parece ter confundido alguns setores da imprensa e até da população é o alcance da ação da Secretaria de Segurança diante das Instituições que lidera", defesa do ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres. 

"Somente depois de resolvida essa questão é que seguiu de férias com a sua família para os Estados Unidos, como amplamente divulgado pela imprensa."

Torres foi demitido, ainda no dia 8 de janeiro, pelo governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) - também alvo de investigação. Ele afirmou em seu perfil do Twitter ter vivido o "dia mais amargo da vida" pessoal e profissional.

Roca pede ao STF a anulação da prisão do seu cliente, comunicando que ele vai se entregar e abrir seus sigilos bancários, fiscais e telemáticos para os investigadores. 

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O documento foi entregue ao STF um dia depois dele se manifestar publicamente em rede social. Dos Estados Unidos, Torres classificou de "absurda" a hipótese de conivência de sua parte, durante a invasão às sedes dos três Poderes, em Brasília.

A defesa citou a publicação de Torres e anexou uma cópia. "A Nota de Repúdio publicada pelo requerente logo após os fatos, na qual deixou clara a sua posição de repulsa aos atos de  covardia e terror perpetrados pela súcia - esta sim, criminosa - não deixou espaço para dúvidas quanto às ações tomadas antes, durante e depois dos sinistros eventos, pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal." 

Depoimento
Torres vai depor à PF e ao Ministério Público Federal (MPF) na 2ª feira (23.jan). A polícia tentou ouvir o ex-secretário, na 4ª feira (18.jan), na cela com status de sala de Estado Maior, em que ele está preso, no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF).

Torres estava com seu advogado, Rodrigo Roca, e informou que não iria responder às perguntas, porque não havia conseguido acesso integral aos inquéritos do Supremo. O MPF também questionou o fato de não ter sido chamado para a oitiva e pediu uma nova data para o depoimento.

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