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Interventor do DF diz que caos na Esplanada não é obra do acaso

SBT News mostrou com exclusividade que Anderson Torres demitiu equipe que monitora golpistas

Interventor do DF diz que caos na Esplanada não é obra do acaso
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O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, interventor da Segurança Pública no Distrito Federal, afirmou nesta 3ª feira (10.jan) que o caos instalado na Esplanada dos Ministérios, com invasão das sedes dos Três Poderes, foi resultado da ausência de comando das forças de segurança local e isentou os soldados da Polícia Militar (PM), de uma possível omissão. Segundo ele, a ausência do então secretário de Segurança Anderson Torres, exonerado do cargo, não foi obra do acaso.

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"O que eu pude perceber em campo no domingo é que as forças estavam sob o vácuo", afirmou Cappelli, após participar da posse do novo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, na manhã desta 3ª feira (10.jan).

O interventor atribuiu "o vácuo" à ausência do secretário de Segurança Pública recém empossado, Anderson Torres, que era ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL).

Cappelli disse que a intervenção foi necessária para retomar a "linha de comando e autoridade sobre as forças de segurança do Distrito Federal".

"Até porque o secretário de Segurança sequer estava no comando. Ele estava fora do Brasil. Ele exonerou boa parte da direção da secretaria, assim que assumiu no dia 2, e logo em seguida viajou." SBT News mostrou com exclusividade que Anderson Torres demitiu equipe que monitora golpistas (leia reportagem).

O interventor disse que essa ausência de Torres não "parece razoável". "Não parece coincidência que o que aconteceu no domingo seja obra do acaso. Acho que tem responsabilidades graves e nós vamos apurar todas. Vamos até as últimas consequências para apurar as responsabilidades, que é, sobretudo, do comando, e não da tropa", explicou Cappelli, eximindo os policiais da Polícia Militar de responsabilidade.

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Vandalismo na Praça dos Três Poderes, no domingo (8.jan) | Agência Brasil

Comando ausente

No domingo, os golpistas organizaram um protesto pelas ruas do DF e eram monitorados pela PM. No local de bloqueio, no acesso à Esplanada, havia poucos policiais e os manifestantes invadiram a área e depois os prédios do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

"As forças de segurança, principalmente a Polícia Militar, que é quem faz a operação ostensiva de campo, são forças que primam pela hierarquia e disciplina", disse Cappelli. "A questão central é que não existe força de segurança sem comando. Quando não tem comando, a coisa fica muito complicada."

O interventor voltou a dizer aos jornalistas, depois do evento, que não parecia coincidência a falha de comando na operação da PM no domingo, logo após a posse de Torres na secretaria do DF. 

"No dia 1º de dezembro, uma operação de segurança exemplar na Esplanada (no dia da posse). O ex-ministro do Bolsonaro, Anderson Torres assume a segurança do DF no dia 2. Seis dias depois é instaurado o caos na Esplanada dos Ministérios. Coincidência? Não me parece."

Capelli prometeu punição aos envolvidos nos atos de vandalismo e crimes cometidos em Brasília, no domingo, na Praça dos Três Poderes. "Não é possível que a gente assista a fatos como assistimos no domingo, não é aceitável, nunca vimos em nenhum país do mundo. Então não é aceitável que a gente assista aqui e as pessoas fiquem impunes. Então a lei está sendo cumprida, os direitos estão sendo respeitados, mas a lei está sendo cumprida. Quem cometeu crime vai pagar por eles."

Ministro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também esteve presente e falou sobre omissão das autoridades e voltou a prometer punição aos criminosos, mas dentro da lei.

"A tragédia foi feita também por agentes públicos nesses anos todos, por ação ou omissão, e temos que livrar dessa contaminação indevida", afirmou Dino.
Ele ainda afirmou que são se pode aceitar "o vale-tudo". "Não é a lei do mais forte, os fins não justificam os meios por mais nobres que eventualmente eles sejam."

O ministro falou também que as preferências idelógicas e partidárias não irão contaminar o trabalho. "Não me interessa em quem as pessoas votaram. Não me interessa em quem votarão. Respeito todos os gostos, por mais exóticos que eventualmente sejam. Eu por exemplo sou botafoguense. Masvindependentemente de uma avenida transitarmos pela direita ou esquerda, todos nós temos que cumprir o Código de Trânsito. Todos nós temos princípios processuais e penais a cumprir. Todos nós temos princípios éticos a cumprir."

Segundo Dino, essa preferências "individuais, ideologias e eleitorais" não vão contaminar as instituições. "Porque nós vimos a tragédia. A tragédia que tem rosto e materialidade não foi feita por desvairados apenas. Foi também feita por agentes públicos, nesses anos todos. Por ação ou omissão. Nós temos que nos livrar dessa contaminação."

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