Líderes do Centrão descartam criação de CPI da Petrobras
Bolsonaro sugeriu abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar alta dos preços
Líderes de partidos do Centrão, que dão sustentação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) no parlamento, ouvidos nesta 6ª feira (17.jun) pelo SBT News avaliam hoje ser improvável a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras.
Na manhã desta 6ª, durante entrevista a uma rádio, o presidente Bolsonaro afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), estava reunido com líderes para tratar da sugestão feita pelo governo de criação de uma CPI. "A ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras, seus diretores e também os seus conselhos administrativos e fiscal. Nós queremos saber se há algo errado nessa conduta deles. Porque é inconcebível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo", justificou Bolsonaro.
No entanto, líderes partidários ouvidos pelo SBT News confirmaram terem conversado hoje com Lira sobre os preços dos combustíveis, mas negaram que a criação de uma CPI tenha sido articulada pelo presidente da Câmara. O líder do Republicanos, deputado Vinicius Carvalho (SP) resumiu o humor das lideranças: "Você sabe quando começa (uma CPI), mas não sabe como termina. Não acredito que a base do governo apóie uma CPI".
Pela manhã, logo após o anúncio do reajuste, Lira foi às redes sociais pedir a renúncia do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho. Bolsonaro indicou o secretário do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para o cargo, em substituição ao atual presidente da estatal. No entanto, para a troca ser confirmada os conselheiros da empresa precisam aprovar o nome do novo indicado. José Mauro está no cargo há apenas dois meses. Arthur Lira convocou uma reunião de líderes para a próxima 2ª feira (20.jun) para discutir a política de preços da Petrobras.