Tarcísio nomeia novo ouvidor das Polícias de SP; escolha acontece em meio a escândalos policiais
Mauro Caseri era o terceiro colocado em lista tríplice; advogado vai substituir Cláudio Silva a partir de 2025
Emanuelle Menezes
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nomeou nesta terça-feira (17) o novo ouvidor das Polícias: o advogado Mauro Caseri assumirá o cargo nos próximos dois anos, a partir de 2025.
Caseri foi escolhido em uma lista tríplice entregue ao governo estadual pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), em novembro. Ele vai substituir o atual ouvidor, Cláudio Silva, que tentava a recondução ao cargo.
+ Exclusivo: DHPP investiga mais de 200 mortes causadas por intervenção policial em São Paulo
O advogado, que atualmente é chefe de gabinete de Claudinho Silva, era o terceiro colocado da lista. Entre os candidatos, o atual ouvidor foi o mais votado entre os integrantes do Poder Judiciário (TJSP), do Ministério Público de São Paulo, da Defensoria Pública, OAB-SP, entre outros integrantes da sociedade civil. Em segundo lugar ficou o advogado Valdison da Anunciação Pereira.
O governador tinha até o dia 23 de dezembro para escolher quem seria o próximo ouvidor das Polícias. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do estado nesta quarta-feira (18). A Ouvidoria das Polícias, criada em 1995, recebe denúncias sobre violações de direitos humanos por canais digitais e telefônicos. O órgão também fiscaliza a atividade dos integrantes das forças de segurança estadual e municipal.
"Ouvidoria paralela" e escândalos policiais
Caseri vai assumir a Ouvidoria das Polícias em meio à criação de uma "ouvidoria paralela" da Secretaria de Segurança Pública, com o ouvidor sendo indicado pelo próprio secretário, Guilherme Derrite. Para a Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB-SP), a medida "representa mais um passo no enfraquecimento dos mecanismos de controle e transparência da atividade policial no estado".
O mandato de Mauro Caseri também terá como desafio os escândalos recentes envolvendo as Polícias de São Paulo. A nomeação do advogado, por exemplo, se deu no mesmo dia em que um delegado e três policiais civis foram presos por suspeita de ligação com o PCC.
Casos recentes de ação truculenta da Polícia Militar também repercutiram nas redes sociais, entre autoridades e entidades de direitos humanos. A mais chocante aconteceu no início do mês, quando um PM foi flagrado jogando um homem de uma ponte.