STF prorroga por mais 90 dias inquérito da PF contra "milícia digital"
Investigação aberta em 2021 apura uso de recursos públicos em ação orquestrada para difundir fake news e atacar adversários nas redes
O inquérito que investiga as milícias digitais, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi mais uma vez prorrogado, nesta segunda-feira (22). O ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos no Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da Polícia Federal e deu mais 90 dias para encerramento do caso.
O inquérito aberto em 2021, pela PF, investiga uma organização criminosa que teria atuado propagando fake news nas redes sociais, atentando contra a democracia. O grupo atuaria em núcleos e envolve aliados e gente do clã Bolsonaro.
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Moras prorrogou nove vezes o fim do inquérito. O pedido do delegado da PF Fábio Alvarez Shor, que preside o caso, cita necessidade de mais diligências e foi feito em dezembro.
"Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes, nos termos previstos no art. 230-C, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal , prorrogo por mais 90 (noventa) dias a presente investigação", ministro do STF Alexandre de Moraes, em despacho.
O relatório parcial da PF de conclusão da investigação, de fevereiro de 2022, fala em "atuação orquestrada" para disparar contra os adversários políticos e as instituições. Em maio de 2022, Moraes uniu parte das investigações das milícias digitais e que apura ataques ás instituições.
O ministro cita da decisão do final de 2023, em que ele liberou o compartilhamento de provas de outras apurações com o caso das milícias. "Em 25 de outubro de 2023, autorizei o compartilhamento do relatório final da CPMI dos atos de 8 de janeiro de 2023 e de todas as suas provas com os Inquéritos 4.781 (FAKE NEWS), 4.874 (MILÍCIAS DIGITAIS), 4.920, 4.921, 4.922 e 4.923, bem como com a PET 11108 (ABIN)."
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O ex-presidente tem negado crimes e afirma ser alvo de perseguição política. Desde que deixou a presidência, ele montou uma equipe jurídica para atuar nos processos em que é alvo, no STF.