Secretário da Fazenda de Maringá (PR) é alvo de operação da PF contra lavagem de dinheiro
Investigação apura elo com organização criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas

SBT Brasil
com informações da Rede Massa
Carlos Augusto Ferreira, secretário da Fazenda de Maringá, no Paraná, foi um dos alvos da “Operação Mafiusi”, que teve nova fase deflagrada nesta quinta-feira (16) pela Polícia Federal (PF). Ele não foi preso. A investigação busca desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas.
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As ações ocorreram nos estados do Paraná e de São Paulo, com foco em Curitiba e Maringá, onde foram apreendidos carros de luxo, relógios e outros bens de alto valor. Outras três pessoas supostamente envolvidas no esquema tiveram a prisão preventiva deferida.
Segundo a Polícia Federal, a investigação envolve também a compra de um time de futebol feita com o dinheiro do narco tráfico.
Em nota, Carlos Augusto Ferreira disse não saber do que se trata a investigação e que “nada ilícito ou obtido de forma torpe foi encontrado” durante o cumprimento do mandado da PF de busca e apreensão na casa dele. “Assim que tivermos acesso ao inquérito policial informaremos maiores detalhes”, diz o comunicado.
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O secretário da Fazenda também informou que pediu licença ao prefeito para ter acesso ao inquérito e preparar sua defesa. A Prefeitura de Maringá confirmou o afastamento temporário de Carlos Augusto e divulgou uma nota esclarecendo que “o objeto da investigação não tem relação com a gestão municipal”.
A administração do município destacou que, no processo de nomeação dos secretários, todas as certidões exigidas são devidamente verificadas, Carlos Augusto não apresentou nenhuma irregularidade no histórico.
Nesta nova fase da Operação Mafiusi, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias, aplicações financeiras e imóveis de investigados, totalizando R$ 13,89 milhões.
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Esquema envolvia empresas de fachada e câmbio paralelo
De acordo com a PF, o grupo criminoso atuava movimentando e lavando grandes quantias de dinheiro, utilizando pessoas físicas, empresas de fachada e fintechs. O esquema incluía:
- Uso de câmbio paralelo, conhecido como “dólar-cabo”;
- Movimentação de valores em espécie;
- Emissão de contratos falsos de locação de veículos e máquinas;
- Compra de bens de luxo e até de um time de futebol por meio de laranjas.
Essas práticas tinham o objetivo de ocultar a origem ilícita dos recursos e legitimar o patrimônio obtido com o tráfico.
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Desdobramento da Operação Mafiusi de 2024
A nova fase da Operação Mafiusi é um desdobramento da etapa deflagrada em dezembro de 2024, que já havia identificado o esquema financeiro estruturado ligado ao envio de cocaína para o exterior.
Segundo a PF, parte dos lucros do tráfico era reinvestida em negócios de fachada, imóveis e bens de luxo, numa tentativa de disfarçar o enriquecimento ilícito e dificultar a ação das autoridades.
Confira a nota da prefeitura na íntegra:
"A Prefeitura de Maringá informa que o objeto da investigação não tem relação com a gestão municipal. O secretário da Fazenda Carlos Augusto pediu licença temporária para se dedicar totalmente a esclarecer os fatos.
O município destaca que, no processo de nomeação dos secretários, todas as certidões exigidas são devidamente verificadas, e que o servidor não apresentou qualquer registro que o desabonasse.
A Prefeitura reitera a confiança nas instituições, no devido processo legal e no direito à ampla defesa."