Polícia prende oitavo suspeito de participar da execução de Ruy Ferraz Fontes
Investigado foi visto em uma das casas que serviu de abrigo para os criminosos que mataram o ex-delegado-geral, segundo a SSP

Caroline Vale
Otávio Lima
O oitavo suspeito de participação na morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, foi preso nesta terça-feira (21) em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, o preso é José Nildo, de 47 anos.
"Nós julgamos que ele possa ter sido um dos atiradores. Ainda está sendo constatado isso. O que temos certeza é que ele era investigado e, após o crime, (...) se dirigiu a uma das residências que serviu de logística para a quadrilha. Nesse momento, ele estava com colete a prova de balas e armado. E acompanhado de uma mulher, que ainda não foi localizada. (...) Ainda não podemos cravar a motivação do crime", afirmou Artur Dian.
O delegado-geral disse ainda, em coletiva de imprensa, que quatro casas foram utilizadas para a logística do crime. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) reforçou que o homem teria ido a um desses imóveis armado e com colete à prova de balas logo após o crime, acompanhado de uma mulher, que está foragida.
Ruy Ferraz Fontes foi morto a tiros na noite de 15 de setembro, depois de deixar a Secretaria de Administração em Praia Grande, no litoral paulista, onde trabalhava desde que se aposentou da polícia. A execução do ex-delegado foi registrada por câmeras de monitoramento. Ele foi atingido por diversos tiros de fuzil.
Os suspeitos teriam ficado um mês monitorando Ruy na Praia Grande. A polícia investiga envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no assassinato.
O ex-delegado era reconhecido por ser a primeira autoridade a combater a facção e por prender Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola", chefe máximo do grupo. Ele era constantemente citado como inimigo pela liderança do PCC, o que reforça a suspeita de que o atentado seria por vingança.
As autoridades também trabalham com a hipótese de que a atuação dele à frente da Secretaria de Administração da Prefeitura da Praia Grande tenha contrariado criminosos.
Suspeitos do crime
No total, dos suspeitos de participação no crime identificados até agora, oito estão presos. Além de José Nildo, são eles:
- Dahesly Oliveira Pires, que teria pegado um dos fuzis usados no crime, em Praia Grande (SP), e levado para a Grande São Paulo;
- Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como "Fofão", que teria ajudado na fuga dos assassinos;
- Rafael Marcell Dias Simões, o "Jaguar". Segundo Derrite, ele seria um dos executores;
- William Silva Marques, dono da casa usada como "quartel-general" dos criminosos;
- Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, teve as impressões digitais encontradas em um dos veículos utilizados no crime;
- Danilo Pereira Pena, de 36 anos, conhecido como "Matemático", teria mandado Luiz Henrique Santos Batista, o "Fofão", levar Rafael Marcell Dias Simões, o "Jaguar", da cidade de São Vicente para São Paulo;
- Cristiano Alves da Silva, de 36 anos, conhecido como “Cris Brown”, apontado como proprietário de um imóvel em Mongaguá, no litoral sul do estado, utilizado como ponto de apoio antes e depois do assassinato.
Outro envolvido, Umberto Alberto Gomes, de 39 anos, foi morto durante uma operação policial. Segundo a força-tarefa que investiga o caso, a morte dele representou uma perda significativa para as apurações, já que teria participado de todo o planejamento e execução do crime e poderia fornecer informações importantes.
Ainda segundo Artur Dian, outros dois suspeitos seguem foragidos: Flávio Henrique Ferreira de Souza, que também teve o DNA encontrado em um dos carros; e Luis Antonio Rodrigues de Miranda, suspeito de ter ordenado a mulher.
"As investigações prosseguem pelo DHPP para esclarecer todas as circunstâncias dos fatos", disse a SSP em nota.