Polícia prende 15 suspeitos por ataque que deixou três mortos em bar de Porto Alegre
Investigação durou cinco meses e apontou crime ligado à disputa entre facções do tráfico de drogas na zona norte da capital gaúcha

Aline Schneider
Quinze pessoas foram presas no Rio Grande do Sul, suspeitas de participação em um ataque a tiros dentro de um bar no bairro Costa e Silva, zona norte de Porto Alegre. O crime, ocorrido em junho, deixou três pessoas mortas.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que um grupo armado corre em direção ao bar. Segundo o delegado Thiago Zaidan, quatro homens desceram de um carro estacionado em outra rua e começaram a atirar.
“Tinham três estabelecimentos comerciais, dois em funcionamento nesse horário: uma pastelaria e um bar. Quatro desses indivíduos desembarcaram do veículo e efetuaram vários disparos de arma de fogo”, afirma o delegado.
Durante o ataque, uma jovem de 18 anos foi atingida e, em seguida, um dos criminosos se aproximou e disparou novamente. Outro jovem, de 19 anos, que estava na cozinha, também foi morto. Nenhum dos dois tinha antecedentes criminais. Um terceiro homem, de 40 anos, que era o alvo principal dos atiradores, foi baleado e morreu dias depois no hospital.
A investigação apontou que o ataque foi motivado por vingança. Um ex-integrante do tráfico local teria sido expulso da facção. Para se vingar, ele se aliou a um grupo rival e passou informações estratégicas que permitiram a execução do plano.
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“Ele conhecia a área, deu toda a caminhada. Esses indivíduos estavam numa chamada de vídeo com a liderança que está no estabelecimento prisional”, explica o delegado Thiago Zaidan. Ainda segundo ele, o próprio informante — o homem expulso da facção — foi morto sete dias após o crime, numa retaliação ao triplo homicídio.
Após cinco meses de apuração, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão nesta quinta-feira (13). Entre os detidos estão o autor dos disparos que matou a jovem e os motoristas que auxiliaram na fuga dos executores.
“Foi um homicídio de junho deste ano e agora, em novembro, chega a resposta das ordens judiciais da investigação que foi feita para enfraquecer essa facção e também responsabilizar executores, mandantes e líderes”, afirma Mário Souza, chefe do Departamento de Homicídios da Polícia Civil gaúcha.









