Polícia de SP prende 11 suspeitos de integrar quadrilha especializada em roubos de motos de luxo
Policiais cumpriram 22 mandados de busca e apreensão; 17 criminosos tiveram a prisão decretada
Fabio Diamante
Robinson Cerantula
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação contra uma quadrilha especializada em roubos de motos de luxo. Segundo os investigadores, os criminosos ostentavam a vida do crime, exibindo motos, celulares, armas e munições usadas nos ataques.
O grupo é apontado como responsável por pelo menos dez roubos cometidos na Rodovia Anhanguera, na Lapa, zona oeste, e em Perus, zona norte da capital. O que chamou a atenção da Polícia foi a organização do bando, dividido em núcleos: um formado pelos ladrões, outro por criminosos responsáveis pelo desmanche das motos, além dos que vendiam as peças e até um núcleo dedicado a fornecer armas.
De acordo com o delegado André Figueiredo, responsável pelo caso, em Perus havia um ponto de desmanche dentro de uma área de mata, onde as motos eram desmontadas rapidamente e as peças espalhadas no mercado.
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Os criminosos registravam em vídeo os locais de desmanche e ainda faziam piadas em postagens nas redes sociais. Uma das estratégias era deixar a moto roubada durante a noite para verificar se havia rastreador no veículo.
Na operação, os policiais cumpriram 22 mandados de busca e apreensão. Ao todo, 17 criminosos tiveram a prisão decretada e 11 foram capturados. Entre os que conseguiram escapar está João Henrique de Souza Barros, conhecido como João Chefinho, apontado como o maior ladrão de motos da atualidade. Ele chegou a se filmar depois de um dos roubos. João Chefinho também é suspeito de envolvimento em casos de latrocínio, o roubo seguido de morte, e já escapou da polícia três vezes.
Outro líder do grupo, Fabio Ramos Barbosa, foi preso nesta quinta-feira. Ele foi monitorado e flagrado por investigadores colocando o motor de uma moto roubada dentro do porta-malas de um carro. Fabio também costumava ostentar: aparece em fotos ao lado de comparsas e de motos roubadas.
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Durante a investigação, a Polícia descobriu que o grupo também aplicava golpes com cartões falsificados de transporte público. “Os criminosos simulavam créditos do Bilhete Único, conhecido entre eles como gasparzinho, e revendiam os cartões. Quando a SPTrans descobria, bloqueava os acessos”, explicou o delegado. Esses bilhetes eram usados em ônibus, lotações e no metrô.
Segundo a Polícia, dois integrantes da quadrilha morreram durante as investigações. Eles tentaram roubar a moto de um policial militar de folga, que reagiu e matou os ladrões.