Polícia Civil do Paraná realiza operação contra tráfico internacional de animais silvestres e exóticos
São cumpridos 38 mandados de busca e apreensão em 12 cidades no Paraná; a ação também acontece em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais

Bianka Santos
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), uma operação contra o tráfico internacional de animais silvestres e exóticos, com o objetivo de desarticular um dos maiores grupos criminosos envolvidos nesse tipo de crime. A ação acontece simultaneamente em 12 cidades do Paraná, além de Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.
Os crimes investigados são tráfico de animais, maus-tratos, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Entre as espécies traficadas estão onças, tucanos, araras, macacos, serpentes, aranhas e dezenas de aves nativas e exóticas.
Nas cidades paranaenses de Curitiba, São José dos Pinhais, Campina Grande do Sul, Fazenda Rio Grande, Matinhos, Piraquara e Almirante Tamandaré, estão sendo cumpridos 38 mandados de busca e apreensão em residências, clínicas veterinárias e cativeiros. Também há ações em municípios de outros estados, como Santana de Parnaíba, Santos e na cidade de São Paulo; Ascurra, em Santa Catarina; e Santa Luzia, em Minas Gerais.
A ação tem apoio da Polícia Militar do Paraná (PMPR), das polícias civis dos quatro estados envolvidos, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Água e Terra (IAT), da Prefeitura de Curitiba e de organizações ambientalistas.

Grupos virtuais investigados
Durante dois anos de investigações, grupos virtuais voltados ao tráfico de animais silvestres, que fazem parte da fauna brasileira, e exóticos, de outras partes do mundo, foram monitorados. Os grupos concentram mais de 20 mil membros e se organizam para a venda de animais em todo o território nacional, tanto no atacado quanto no varejo, segundo o delegado Guilherme Dias, responsável pela investigação.
Os policiais civis apuraram que o grupo atuava de maneira estruturada e segmentada. As células criminosas sediadas em São Paulo eram responsáveis pela distribuição nacional, enquanto os núcleos do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais abasteciam o Sul, o Sudeste e parte do Nordeste.
A operação desta terça-feira é desdobramento de uma ação deflagrada em fevereiro de 2024. Na ocasião, 390 animais foram apreendidos e nove pessoas foram presas. Foi descoberto que os criminosos chefiavam 27 grupos de aplicativos de mensagens voltados exclusivamente ao tráfico de animais, além de integrarem dezenas de outros, com mais de 20 mil integrantes e conexões internacionais no Paraguai e na Venezuela.
*Sob supervisão