Polícia Civil do DF descobre esquema que movimentou R$ 1 bilhão em fraudes
Após ganhar a confiança dos investidores, o grupo exigia o pagamento de uma caução de 5% para liberar supostos saques bloqueados por uma “força-tarefa da PF”

Pedro Canguçu
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quarta-feira (3), uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada em aplicar golpes de falso investimento. A ação foi conduzida pela 17ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga (DF), e pela Delegacia de Repressão ao Crime Cibernético (DRCC), com apoio das polícias civis de Roraima, Bahia, Mato Grosso e São Paulo.
As investigações começaram em abril de 2024, após vítimas denunciarem um esquema que funcionava por meio de grupos de WhatsApp. Nessas conversas, um homem que se apresentava como doutor em economia pela Universidade de São Paulo (USP) indicava investimentos na plataforma EBDOX, que prometia altos rendimentos.
Ao ganhar a confiança dos investidores, o grupo exigia o pagamento de uma caução de 5% para liberar supostos saques bloqueados por uma “força-tarefa da Polícia Federal (PF)”. Depois do pagamento, os valores não eram liberados e a plataforma saiu do ar. Apenas uma vítima de Taguatinga teve prejuízo superior a R$ 220 mil. Em sites de reclamações, há mais de 400 queixas relacionadas ao esquema.
As apurações apontaram que a quadrilha era liderada por cidadãos chineses instalados em São Paulo, que recrutavam brasileiros para administrar os grupos virtuais. Os integrantes recebiam pagamento em criptomoedas e seguiam rígido monitoramento. Segundo a Polícia Civil, apenas uma das empresas ligadas ao grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2024. O dinheiro ilícito era lavado por meio da compra de criptomoedas, créditos de carbono e até com exportações de alimentos de Boa Vista (RR) para a Venezuela.
Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária em São Paulo, Guarujá (SP), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Dourados (MS) e Entre Rios (BA). Também foram determinadas medidas de sequestro de valores. Os investigados vão responder por estelionato eletrônico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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