PF mira suspeitos de tráfico de animais silvestres e em extinção no RJ
Ao menos 120 macacos-prego (alguns ameaçados de extinção) foram traficados, além de espécies como araras, pássaros, cervos, iguanas e papagaios
A Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro, com apoio das Corregedorias da Polícia Militar (PMERJ) e do Corpo de Bombeiros (CBMERJ), deflagrou nesta terça-feira (12) a operação Defaunação, para desarticular uma organização criminosa especializada na captura ilegal, receptação e tráfico de animais silvestres — inclusive em extinção.
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Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão na capital carioca, além de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. O grupo era liderado por um bombeiro militar e composto por caçadores, receptadores, falsificadores e traficantes.
A investigação apontou falsificação de documentos e selos públicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Na série de falsificações de documentos, descobriu-se que a quadrilha inscrevia ilegalmente os animais traficados nos sistemas de Gestão da Fauna Silvestre (Sisfauna) e de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass), para dificultar a fiscalização ambiental.
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Ao menos 120 macacos-prego foram traficados, somando-se a outras centenas de animais silvestres como araras, pássaros, cervos, iguanas e papagaios.
Os espécimes eram vendidos, em sua maioria, nas redes sociais por valores entre R$ 20 e R$ 120 mil, a depender da espécie e se viriam acompanhados de documentos falsos.
Essa atividade gerou ganhos estimados em cerca de R$ 2,4 milhões, com potencial para alcançar até R$ 14,4 milhões.
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Investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. Se somadas, as penas podem alcançar de 46 a 58 anos de reclusão.
Compradores, uma vez cientes das ilegalidades, poderão não responder pelo crime de receptação quando colaborarem com as investigações. Deverão entregar os animais espontaneamente e dar esclarecimentos à Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DMA-RJ).