PF mira esquema de fraude na compra de equipamentos de combate à covid-19 no RJ
Investigação aponta que irregularidades deram prejuízo de R$ 5 milhões; agentes apreenderam carros, relógios de luxo, dinheiro e até um lagarto australiano
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (20), a operação Janus, mirando esquema de fraude e superfaturamento de licitações emergenciais para compra de equipamentos de combate à covid-19 no Rio de Janeiro. A força-tarefa teve apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
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A investigação apontou prejuízo de mais de R$ 5 milhões. Por isso, a Justiça Federal determinou sequestro de bens e valores nesse valor.
Na ação de hoje, 50 agentes federais e 12 auditores da CGU cumpriram 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal de São João de Meriti (RJ), em residências, empresas e escritórios ligados à organização criminosa nos municípios de Bom Jardim e Duque de Caxias e na capital carioca.
Na casa de um dos alvos, agentes apreenderam relógios de luxo e R$ 6 mil em espécie.
Em buscas na residência de um suspeito na Barra da Tijuca, a força-tarefa apreendeu um lagarto australiano — a filha do investigado foi presa e encaminhada à Superintendência da PF. Carros também estão entre os itens recolhidos na operação.
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A investigação da PF começou em 2020 e encontrou irregularidades em processos de dispensa de licitações, que envolviam compras emergenciais de equipamentos para combater a covid-19.
Entre as fraudes apuradas, segundo a PF, "se destaca o superfaturamento de contratações junto à Prefeitura de Duque de Caxias por intermédio de empresas de fachada, com a utilização de pessoas interpostas que serviriam também para ocultar a origem e destino dos valores obtidos ilicitamente".
Suspeitos poderão responder por associação criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e crimes licitatórios.